Há um ano, centro de monitoramento do governo federal já relatava falta de estrutura para enfrentar tragédias por chuva
Em 30 de abril foram relatadas as primeiras mortes em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul, devido as fortes chuvas que passaram a assolar o extremo sul do Brasil desde o dia anterior.
Uma semana antes, porém, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem) — que faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação — emitiu um alerta de que o estado poderia sofrer com alagamentos e inundações em suas regiões urbanas.
Já no dia 6 de maio, o Rio Grande do Sul teve o estado de calamidade reconhecido pelo governo federal. Entretanto, há pelo menos um ano o Cemadem já havia alertando sobre a falta de estrutura para enfrentar fenômenos desta natureza.
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"A falta de resiliência de Porto Alegre frente aos extremos de clima e mudança climáticas foi detectada em 2023, e este é o caso de outras grandes cidades que podem não estar preparadas para extremos climáticos como os ocorridos em 2023 ou nas próximas décadas", aponta um documento do órgão que foi repercutido em primeira-mão pela Folha.
O Governo do Rio Grande do Sul, em resposta, apontou que destinou 579 milhões de reais para uma série de ações durante o último ano com o intuito de enfrentar possíveis desastres naturais e também como incremento do orçamento da Defesa Civil.
Desde o final de abril, o Rio Grande do Sul sofre com chuvas torrenciais. No dia 5, o Rio Guaíba, que circunda a cidade de Porto Alegre, atingiu o recorde histórico de 5,31 metros — superando em muito os 2,5 metros necessários para acionar um estado de alerta.
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Mais de 100 pessoas já morreram; 400 municípios foram atingidos, 150 mil estão desalojados e outros 70 mil desabrigados, conforme relatado pela Defesa Civil.