Ao voar 34,6 mil km, o Zeppelin entrou para a história da aviação
Passava da meia-noite do dia 8 de agosto de 1929 quando o céu da cidade americana de Lakehurst, em Nova Jersey, foi tomado por uma imensidão prateada. O barulho ensurdecedor dos motores do dirigível LZ 127 Graf Zeppelin anunciava o início de um dos momentos mais importantes da aviação: a primeira viagem aérea a transportar passageiros em uma volta ao mundo, que duraria apenas 21 dias.
Idealizada pelo alemão Hugo Eckener, a aventura serviu como prova do poder e da segurança do dirigível. Para financiar o projeto, William Randolph Hearst, magnata da imprensa americana, desembolsou cerca de 200 mil dólares — mais da metade do custo total. E fez uma exigência: o início e o fim da jornada deveriam ser nos Estados Unidos.
O sucesso da empreitada marcou a era de ouro dos dirigíveis, uma nova opção para viagens longas. Mas nem tudo seriam flores. Em 1937, o LZ 129 Hindenburg pegou fogo durante manobras de pouso, matou 36 pessoas e cravou o fim dos voos comerciais.
Na cozinha, não cabiam mais do que duas pessoas. Como as chamas eram proibidas, o chef Otto Manz preparava 60 pratos por refeição em um único forno elétrico com dois compartimentos.
O Graf Zeppelin precisava de 111 mil m3 de hidrogênio, gás que é mais leve que o ar, armazenados em 16 células espalhadas pelo corpo, para garantir que ele se sustentasse a 900 m acima do solo.
Escalada para fazer a cobertura jornalística de toda a viagem, Grace Drummond-Hay era a única mulher a bordo. Com 33 anos na época, ela se tornou uma celebridade por ter sido a primeira da História a dar a volta ao mundo pelo ar.
O salão (mistura de sala de jantar e de estar) era o único espaço público. Era ali que os passageiros passavam o tempo ocioso, esperando pela próxima parada. Para ocupar as horas, se entretiam com os lazeres triviais de uma viagem longa, como leitura.
Os cinco motores que impulsionavam o aparelho para a frente eram alimentados com blau, um gás similar ao propano que tem o mesmo peso do ar. Para controlar a direção, eram usados motores de propulsão, leme e barbatanas.