A relação dos dois começou em um casamento arranjado e teve até um brutal assassinato em sua história
A personalidade do líder iraquiano Saddam Hussein é fortemente atrelada a de um homem perturbado e louco por poder, de comportamento difícil e fortemente autoritário. Essas características vão bem além de sua vida pública como presidente e ministro iraquiano e, também, marcaram o casamento do homem.
O mentor e tio de Saddam, Khairallah Talfah, juntamente com a família de Hussein decidiu arranjar um casamento entre o rapaz de 26 anos e sua prima — filha de Talfah — Sajida Khairallah Talfah. Ao todo, eles viriam a ter cinco filhos juntos, com pouco intervalo entre um e outro, com o primeiro nascendo um ano depois do casamento, em 1964.
Uday Hussein foi o primeiro filho do casal, e foi logo sucedido pelo nascimento de seu irmão, Qusay Hussein, em 1966. A família aumentou em 1968 com o nascimento da primeira filha do casal, Raghad Hussein, sendo seguida por outras duas filhas, Rana, em 1969, e Hala, em 1972.
A relação da poderosa família, já que Saddam era vice presidente do país em 1968, tinha pouca notoriedade e quase nada se sabia sobre a vida íntima dos Hussein.
Em 1986, porém, quando o chefe da família era — entre outros tantos títulos — Primeiro ministro do Iraque, o líder político simplesmente se casou com uma outra mulher, mesmo estando com Sajida.
Segunda esposa
O segundo casamento foi com Samira Shahbandar, uma aeromoça do Iraque que conheceu o primeiro-ministro em 1983, quando deve ter começado a relação extraconjugal entre os dois. Hussein forçou a sua amante a se separar de seu marido, piloto de avião e com quem tinha dois filhos, ao que ela cumpriu em 1986, quando se casou secretamente com ele.
Quando Sajida descobriu ficou extremamente furiosa com seu infiel marido. Além de sua mulher, Uday também ficou consternado com o que estava acontecendo, não podia acreditar que seu pai cometeu tamanho desrespeito com a sua mãe. Com outro casamento, a sucessão hereditária do comando do Iraque, que seria para Uday, estava agora comprometido já que com outra mulher teria mais herdeiros.
O novo casal foi supostamente apresentado pelo guarda-costas oficial de Saddam, Kamel Hana Gegeo, o que deixou uma raiva incontrolável em Uday, que acreditava que Gegeo era o grande culpado.
Assassinato
Durante um jantar em outubro de 1988, em razão da mulher do presidente egípcio Hosni Mubarak, o filho de Saddam, cego e incontrolável pela raiva que o desmantelamento de sua família lhe causou, espancou e esfaqueou o segurança no meio do salão, na frente de todos. Rumores na época apontavam Sajida como a possível mandante do assassinato.
Depois do choque que a cena causou, Saddam Hussein anunciou que seu filho seria julgado por assassinato. Curiosamente, os próprios pais de Gegeo insistiram e imploraram para que o assassino fosse perdoado, além deles, Sajida, naturalmente, pediu clemência pela vida de seu filho.
Aparição na mídia
A relação do casal, que já era completamente perturbada, ficou pior ainda. Sajida nunca aparecia em público, então sua existência para o povo iraquiano era praticamente anônima. As aparições dela só foram se tornar constantes depois do escândalo do assassinato ter trazido consigo o fato de que Hussein se casou pela segunda vez sem um divórcio.
Para despistar a tensão familiar dos Hussein, mais fotos e filmagens de Sajida começaram a circular nos veículos midiáticos e na imprensa iraquiana, não somente dos dois juntos como um casal supostamente feliz, mas de interações entre os pais e os cinco filhos de Saddam e Talfah.
A união dos dois durou até a Guerra do Golfo, quando tiveram que se separar diversas vezes por causa dos constantes bombardeios que assolavam o território iraquiano por parte do exército dos Estados Unidos. Desde então, ela viveu constantemente indo e voltando do país, na companhia de sua filha Hala.
Claro que esse era o menor dos problemas, mesmo estando casado legalmente com outra mulher, Sajida nunca se divorciou de Saddam, configurando uma das mais contraditórias relações amorosas de todos os tempos.
Depois da queda de Hussein — culminando em sua execução —, nunca mais se soube definitivamente do paradeiro da mulher. Em 2015, a família negou os rumores de que ela teria morrido, e se acredita que ela esteja morando no Catar, aos 82 anos de idade.
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