O brutal método é considerado uma das mais cruéis ferramentas de tortura da modernidade
Em alguns lugares do mundo, táticas de tortura são muito utilizadas em presos, sejam eles políticos ou que violaram alguma lei do Estado.
Dentre as ferramentas mais cruéis de tortura moderna está o radical quarto branco, que consiste no isolamento completo de uma pessoa em um ambiente fechado, com as paredes pintadas na cor branca.
Tortura branca
O método é conhecido como white torture (tortura branca, em tardução livre) e consiste no isolamento completo do indivíduo e privação sensorial intensa. Nesta forma de tortura psicológica, a pessoa é obrigada, ainda, a vestir uma roupa branca e, em seguida, é colocada em um ambiente da mesma cor.
O cômodo é construído para que nenhum som do mundo externo seja capaz de entrar, com o intuito de que a experiência seja ainda mais silenciosa e angustiante. Além disso, as luzes do ambiente nunca se apagam, dando a sensação de que as horas não passam.
Em alguns casos, até os alimentos servidos aos presos são da cor branca, como arroz. Há relatos de que a experiência já foi utilizada na Irlanda do Norte, Estados Unidos, Venezuela e Irã.
No Irã
O método ficou mundialmente conhecido em 2004, quando o iraniano Amir Fakhravar contou a sua experiência, após ser preso e forçado a passar pelo procedimento no Irã. Na época, em entrevista à CNN, o sobrevivente disse ter vivido momentos angustiantes no tenebroso quarto branco.
"Não vimos cor, toda a cela era branca, o chão era branco, nossas roupas eram brancas e a luz, durante 24 horas, era branca. Nossa comida também era arroz branco. Não podíamos ver nenhuma cor e não podíamos ouvir nenhuma voz", disse Fakhravar à CNN.
O sobrevivente disse, ainda, que para utilizar o banheiro precisava pedir aos guardas, que lhe davam um papel branco por debaixo da porta. A vítima também revelou que os oficiais usavam roupas equipadas para abafar qualquer som externo.
"Eu estive lá por oito meses e, depois desse tempo, não conseguia me lembrar dos rostos dos meus pais”, revelou o ex-prisioneiro à CNN.
Amir Fakhravar permaneceu preso no brutal local durante oito meses, até ser solto e conseguir fugir para os Estados Unidos. "Quando eles me libertaram daquela prisão, eu não era uma pessoa normal", afirmou o sobrevivente à CNN.
Terror psicológico
Segundo um estudo realizado em 2016, pela Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, a falta de interação humana por um período longo, torna mais difícil para o indivíduo distinguir o que é realidade do que é fantasia. O estudo mostra, ainda, que este tipo de isolamento pode provocar sérios danos psicológicos.
Em 1951, o psicólogo Donald Hebb realizou um teste similar com voluntários, em que revelou que, após um período desprovido de estímulos sensoriais, estas pessoas diminuíram a capacidade mental.
Além do psicológico ser afetado, os processos biológicos também são alterados, como apontam ambos estudos. Como as luzes nunca se apagam, torna-se impossível distinguir o dia da noite, prejudicando o relógio biológico. Portanto, desregular esse ciclo desordena todo o organismo da pessoa que passa por esta experiência torturante.
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