O ditador foi importante para a independência do país, mas logo depois iniciou um brutal regime
Syngman Rhee é uma das figuras centrais para entender a formação da Coreia como uma Nação. Syngman governou o país por doze anos num regime autocrático extremamente violento, que durou da independência até o ano de1960.
A Coreia foi por muito tempo uma região ocupada por nações estrangeiras mais poderosas. O território passou por ocupação chinesa, mongol e russa, mas a presença japonesa foi a mais notória. Isso porque o Japão ocupou a Coreia por quase um século e determinou que aquele território era protetorado do império nipônico. Em 1910, com uma nova ocupação militar, a Coreia passa a ser colônia japonesa.
Com a colonização, a vida social coreana mudou profundamente. Economicamente, há uma integração forçada com o sistema produtivo japonês, associando toda indústria coreana à dominação japonesa. Como consequência, as rebeliões foram sufocadas e o japonês se tornou língua oficial da Coreia.
Em 1919, eram visíveis os movimentos organizados contra a ocupação japonesa, mesma época em que foi criado um governo exilado coreano, que tentava criar bases para a autonomia do país. O grupo era apoiado diretamente pelos EUA.
Um desses políticos era Syngman Rhee, que morou nos Estados Unidos de 1910 a 1945 e discutia a articulação pela independência da Coreia neste tempo. Em 1919, ele assumiu a presidência do Governo Provisório (em terra estrangeira) da Coreia.
No ano de 1945, com o fim da guerra, Rhee reternou a Seul e articulou movimentos e esquadrões da morte para eliminar rivais e assumir o governo sul-coreano. Com as tentativas falhas de reunificação das Coreias, Kim Il-Sung tentou invadir seu país, fortalecendo a tentativa de Rhee de fechar o governo e estabelecer uma autocracia. Em 1950, na liderança do presidente Rhee, as Coreias entraram em guerra.
O governo de Rhee foi marcado pela perseguição generalizada e extermínio da oposição política. Diversos massacres contra oficias do exército associados à ideologia comunista foram patrocinados pelo governo.
Ao mesmo tempo, a fachada democrática, baseada em eleições fraudadas, possibilitou o mantimento do poder de Rhee através da eleição por três mandatos, em que o ditador foi nomeado com 90% dos votos.
Quando venceu a eleição de 1960, as denúncias e polêmicas associadas à iminência das fraudes eleitorais serviram de estopim para uma revolta generalizada na Coreia do Sul, que teve inicio no movimento estudantil. Conhecida como Revolução de 19 de Abril, exigia a renúncia ou a derrubada de Syngman Rhee e foi a base transição, a partir de 1960, para a Segunda República Coreana.
As revoltas trabalhistas e estudantis foram duramente reprimidas, gerando um alto número de baixas. Entretanto, o movimento iniciado no dia 19 impulsionou a reunião da Assembleia Nacional que, por unanimidade, decidiu pressionar a saída de Rhee. No dia 26, por diversas pressões, Rhee renunciou a presidência e partiu para o exílio em Honolulu (Havaí), onde morreu.