Realismo do gênero, cores vivas e traços fortes transformavam fantasia em pinturas luxuosas
Três anos depois da batalha de Sekigahara, conhecida como Divisão do Reino, teve início o período Edo no Japão. Governado pelos xoguns da família Tokugawa, o Edo Bakufu — outro nome para o momento histórico — começou na cidade de Edo, atual Tóquio.
Durante os 268 anos de relativa paz, o país vivia um momento de isolamento político-econômico, em um sistema de feudos, e de valorização das artes. Foi nessa época que o teatro kabuki, a pintura em madeira e a arte do chá ganharam maior expressividade. Junto delas, a Shunga surgiu para se tornar a arte erótica japonesa.
Com traços fortes e cores vivas, a shunga nasceu da ukiyo-e, um gênero de xilogravura comum no Japão entre os séculos 17 e 19. Seu nome significa imagem da primavera, uma estação comumente ligada à sexualidade — sendo assim, o nome é um tipo de eufemismo.
Os artistas shunga representam cenas de sexo explícitas, procurando capturar as expressões de êxtase e prazer. A grande maioria das obras retratam o sexo entre homens e mulheres, mas também existem aquelas com um homem e várias mulheres, ou de homens com homens e até de humanos com animais e espíritos.
Nelas, o sexo homoafetivo é comum e muito aceito, ainda que o padrão fosse o sexo hétero. Independentemente dos protagonistas, uma característica das obras shunga era a forma como os órgãos genitais eram representados. Pênis aumentados e vaginas realistas eram detalhados em uma construção meticulosa.
Junto das cenas — que transbordam luxúria —, elementos textuais poderiam compor o sentimento de prazer. Era comum encontrar legendas representando o diálogo entre os amantes e até onomatopeias para expressões de prazer.
No entanto, por mais que as cenas fossem muito realistas, elas não necessariamente representavam a realidade dos hábitos sexuais no Japão do período Edo. A grande maioria das obras espelhava as fantasias das pessoas e, por esse motivo, é comum identificar outras pessoas nas cenas, observando o ato, ou mais participantes, conferindo orgias.
Além do objetivo de traduzir a sexualidade em imagens, a shunga também trazia aspectos humorísticos em suas construções. Era através desse gênero que os artistas interpretavam obras literárias e peças de teatro com um olhar erótico-satírico.
As pinturas shunga eram frequentemente encontradas em paródias de livros educativos femininos, por exemplo, exatamente por contarem com essa faceta irônica. Mesmo assim, também representavam um empoderamento feminino desconhecido na época.
Por mais que muitas mulheres fossem representadas em bordéis e casas de prostituição, a shunga posicionava imagens femininas no mundo dos homens. Em diversos momentos, as protagonistas das pinturas davam às mulheres o direito de serem sexualmente ativas, procurando pelo prazer sexual — algo comumente experienciado apenas por homens.
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