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Matérias / Personagem

Há 50 anos, a carreira do mais famoso policial delator de Nova York acabava

Frank Serpico denunciou esquemas de corrupção do maior departamento de polícia dos EUA — e estava determinado a por a vida em risco

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/02/2021, às 08h00 - Atualizado às 08h09

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Imagem do trailer do filme "Frank Serpico" - Divulgação/ Youtube/ IFC Films
Imagem do trailer do filme "Frank Serpico" - Divulgação/ Youtube/ IFC Films

Quando Frank Serpico entrou para o Departamento de Polícia de Nova York no fim da década de 1950, ele esperava encontrar pessoas que combatiam o crime — mas para seu choque, encontrou uma quantidade considerável de criminosos. 

Nem todos os policiais eram corruptos, mas os números de oficiais colaborando com o mundo do crime e aceitando subornos em troca disso era muito mais alto do que deveria. As maçãs podres da profissão haviam tomado a instituição. 

“Não se tratava apenas de pegar um brinde. Eram policiais fazendo a mesma coisa pelo qual eles estavam prendendo as pessoas”, explicou Frank em entrevista noticiada pelo New York Times em 2019. 

Tomando uma atitude 

Movido por códigos éticos menos maleáveis que os de seus colegas, Serpico não apenas recusou as propinas que lhe foram oferecidas, como também levou o problema aos seus superiores, sendo ignorado pelo Departamento de Polícia e pela prefeitura, sem a atenção necessária para a questão. 

Não era algo novo; quando Frank conversou com outros companheiros de profissão delatores, descobriu que era comum que a vontade de enfrentar o problema logo fosse substituída pela frustração. Quem tinha autoridade para tentar pôr um fim aos casos de corrupção já sabia sobre eles, e fazia vista grossa. 

Imagem ilustrativa de policiais nova-iorquinhos da década de 70 / Crédito: Divulgação/ Youtube 

A maior consequência da delação de Serpico, na verdade, foi torná-lo um pária entre seus colegas, alguém com reputação de traidor. Diante disso, ele até pensou em se afastar dos policiais corruptos, e deixar a questão para lá, como outros fizeram antes dele. 

Entretanto, não foi isso que aconteceu. Em vez disso, Frank decidiu ir em frente - e é daí que vem sua fama

“Em algum momento, você precisa decidir: 'Se eu for contra o sistema, é melhor estar pronto para colocar minha vida em risco'”, disse Serpico ao explicar um extenso esquema de subornos ao jornalista David Burnham, do The Times, no ano de 1970, tornando pública a corrupção da NYPD.

O custo de mudar o jogo 

Quando a reportagem de primeira página denunciando os casos de corrupção fora publicada, não trouxeram nada de novo para os ouvidos das autoridades da prefeitura e do alto escalão da instituição, como antes. Porém, para a sociedade, um novo olhar mudava a opinião pública, resultando em uma pressão popular para que uma investigação fosse aberta. 

Fotografia de Frank Serpico / Crédito: Wikimedia Commons

Foi assim que se deu a Comissão Knapp, que contou com o testemunho de Frank para expor a corrupção generalizada que tomava a polícia nova-iorquina. De acordo com a Times, o episódio provocou “a maior sacudida na história do departamento”. As investigações resultaram em uma série de mudanças nas regras da corporação, além de punimentos aos envolvidos anteriormente.

A mudança não veio de graça; Serpico fez o que era certo, mas sua carreira chegou ao fim logo em seguida. Desamparado por colegas, em 1971, 50 anos atrás, o policial estava em uma operação antidrogas quando levou um tiro no rosto. Conseguiu sobreviver, mas optou por se retirar das atividades militares.

O desfecho brutal de sua vida profissional é tornado ainda mais amargo pelo título pelo qual ficou registrado na memória de seus colegas. "Eles ainda me consideram um traidor”, relatou em 2017. Desde sua aposentadoria precoce, ele passou a morar em uma cabana no meio da floresta


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