Número de soldados russos que invadiram a Ucrânia é quase igual ao total de tropas ucranianas ativas
Na última quinta-feira, 24, após meses negando um possível ataque à Ucrânia, a Rússia deu início a uma ampla invasão ao território vizinho. Através de um pronunciamento transmitido em rede nacional, o presidente Vladimir Putin tratou a ‘operação militar especial’ como algo “inevitável”.
Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças (ucranianas) é inevitável", declarou.
Segundo o líder russo, que há duas décadas está no comando do país, a invasão ocorreu como uma resposta a supostas 'ameaças da Ucrânia'. Putin ainda declarou que, qualquer nação que tentar intervir em sua operação, sofrerá com as represálias.
"(...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história", completou.
Conforme informou a equipe do site do Aventuras na História em matéria especial publicada essa semana, a Rússia tenta impedir há anos uma possível aproximação da Ucrânia — que fez parte de seu território durante o período em que a União Soviética existia — com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com a União Européia (UE).
Importante ressaltar que OTAN, criada em 1949, pós-2ª Guerra Mundial, é um bloco que reúne nações ocidentais e capitalistas que, lideradas pelos Estados Unidos, visam inibir o avanço de países socialistas no continente. Um claro oponente da União Soviética.
Embora a URSS tenha terminado em 1991, a Rússia continua vendo a OTAN como sua inimiga. Logo, a participação da Ucrânia, um país com grande semelhança cultural com a Rússia, é vista com extrema rejeição por Putin.
Para dar fim à operação, Vladimir Putin exige uma promessa legal de que a Ucrânia jamais entrará para a OTAN. O político reclamou que a Rússia "não tem mais para onde recuar" e declarou que, caso o país insista em entrar para a aliança, a nação vizinha poderá tentar recuperar a Crimeia — região anexada pela Rússia em 2014.
O presidente russo também destaca que a OTAN não deverá posicionar "armas de ataque perto das fronteiras da Rússia" e pede que as forças e a infraestrutura militar de Estados-membros que entraram na aliança após o ano de 1997 sejam retirados. A lista inclui países da Europa Central, do Leste Europeu e dos Bálticos.
Mas qual o tamanho da ameaça russa? Em termos militares, ou seja, ao tamanho do Exército de cada país, os russos são infinitamente maiores. Segundo dados da Global Firepower, da IISS e da Military Balance, compilados pela BBC, a Rússia possui 2.9 milhões de soldados (sendo 900 mil ativos); enquanto a Ucrânia conta com 200 mil na ativa e 1.1 milhão ao todo.
Durante as últimas semanas, estipula-se que os russos enviaram, em um primeiro momento, cerca de 100 mil combatentes para a fronteira — todos eles com equipamentos pesados, desde tanques terrestres até veículos de poder aéreo.
Um outro levantamento, feito pela empresa de análise militar Janes, pouco depois da invasão, estimou que o efetivo mobilizado pelos russos ultrapassou os 175 mil soldados; número semelhante a todo o contingente ativo ucraniano.
Apesar da equiparidade em número de combatentes, é importante ressaltar que os soldados russos dispõem de mais aeronaves de ataque, tanques, veículos blindados e de artilharia.
Eis a comparação entre as tropas ucranianas e russas: em relação ao nº de soldados em geral, a Ucrânia possui 1.1 milhão, como já dito (já a Rússia possui 2.9 milhões); deste montante 200 mil deles estão ativos do lado Ucraniano (e 900 mil entre os russos). Por consequência, os de reserva, o que inclui os soldados que serviram nos últimos cinco anos, representam 900 mil (e 2 milhões).
Já no número de armamentos temos: 98 aeronaves de ataque (contra 1.511); 34 helicópteros de ataque (544); 2.596 tanques (12.240); 12.303 veículos blindados (30.122) e 2.040 equipamentos de artilharia (7.571), conforme aponta material levantado pela BBC.
A situação no país, que passou a ser alvo de constantes bombardeios, afetou as mais diferentes regiões. Para se ter ideia do caos, conforme reportou a equipe do Aventuras, longas filas de carros de moradores da capital ucraniana, Kiev, foram registradas na manhã da última quinta-feira, 24, em uma tentativa de deixar a cidade após a Rússia lançar um ataque durante aquela madrugada.