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Matérias / Caso Lázaro

Lázaro Barbosa: Relembre o caso do serial killer brasileiro que teve o túmulo violado

Serial killer, que cometeu 38 crimes, escandalizou o Brasil e foi morto após troca de tiro com a polícia

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 10/11/2021, às 15h07 - Atualizado em 16/03/2023, às 11h44

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Imagem do túmulo violado (esq.) e de Lázaro (dir.) - Divulgação/ Polícia Civil de Goiás
Imagem do túmulo violado (esq.) e de Lázaro (dir.) - Divulgação/ Polícia Civil de Goiás

Conforme repercutido pela equipe do site do Aventuras na História, na última quarta-feira, 15, o túmulo do serial killer Lázaro Barbosa, que foi procurado durante 20 dias por matar uma família no Distrito Federal, foi violado em Cocalzinho de Goiás (GO).

Segundo o delegado Rafhael Barboza, o caixão e os restos mortais de Lázaro estavam intactos. "Houve, sim, violação. Tentaram levar o corpo dele, mas ou desistiram no caminho ou alguma coisa aconteceu".

Até o momento, as autoridades locais não divulgaram informações sobre possíveis suspeitos. Entretanto, conforme explicou o delegado Cleber Junio Martins, os responsáveis podem responder pelo crime de violação de sepultura. Relembre o caso Lázaro!

O caso Lázaro

Foragido da polícia, o serial killer Lázaro Barbosa começou a ser procurado no dia 9 de junho de 2021. Dois dias depois, cerca de 270 agentes de segurança já participavam de uma força-tarefa em busca do criminoso

Durante 20 dias, forças de elite das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal participaram do caso que se tornou midiático. O desfecho só aconteceu no dia 28 daquele mês, quando Lázaro Barbosa foi morto durante um conflito — conforme divulgado na época — com as autoridades. 

Lázaro em imagem capturada por câmera de segurança/ Crédito: Divulgação/ Polícia Civil de Goiás

Apesar da morte do serial killer, investigações sobre o caso ainda estão em andamento — já que há a suspeita que mais pessoas possam estar envolvidas em parte dos 38 crimes cometidos por Barbosa. Sem mais informações até o momento.

A fuga… pela terceira vez

Quando passou a ser perseguido, em junho de 2021, Lázaro Barbosa já estava foragido desde junho de 2018. Segundo recorda o G1, o criminoso, que tinha 32 anos, havia escapado pelo teto da cela da cadeia de Águas Lindas de Goiás

Além dele, outras quatro pessoas escaparam, mas ele foi o único a não ser capturado. Sua ausência só foi sentida após a contagem dos recapturados.

Buraco pelo qual Lázaro escapou/ Crédito: Divulgação/ Polícia Militar

"Aproximadamente às 2h da manhã, os presos da cela ADM02 tentaram fuga pelo teto da cela. O agente que se encontrava na guarita percebeu a fuga e efetuou disparos contendo a fuga em massa. Após conferência nominal, verificaram que apenas um preso havia foragido, se tratando da pessoa de Lázaro Barbosa Souza", aponta parte do Boletim de Ocorrência emitido na época.

Crimes de Lázaro

O histórico criminal de Lázaro no sistema prisional começou em 2007, quando ele foi detido em Barra Mansa, na Bahia, por ser acusado de cometer um duplo homicídio. Porém, Barbosa ficou preso somente por 10 dias, já que conseguiu fugir.

O criminoso só retornou ao cárcere cerca de dois anos depois, quando foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda (CCP), em Brasília. Desta vez, sua ficha já continha suspeita de roubo e estupro, além de porte ilegal de armas

Em 2013, um laudo psicológico do CCP descreveu Barbosa como um “psicopata imprevisível” que, além de um comportamento agressivo, também era impulsivo, desequilibrado, tinha falta de controle e era emocionalmente instável. 

Mesmo assim, de acordo com o G1, sua pena acabou sendo convertida para o regime semiaberto, em 2014. Quase dois anos depois, ele fugiu da Papuda e seu histórico aumentou ainda mais, com acusações de roubo e estupro, só que agora com a inclusão de um homicídio qualificado

O último período que Lázaro permaneceu preso aconteceu em 2018, quando ele foi levado ao presídio de Águas Lindas de Goiás. Após sua fuga, como já explicado acima, Barbosa invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, Goiás, onde assassinou um idoso com golpes de machado na cabeça.

Pelo delito, foi indiciado por roubo mediante restrição de liberdade das vítimas, emprego de arma branca e tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte)

Já no final de abril, agora em 2021, Lázaro estuprou uma moradora de Sol Nascente, no Distrito Federal, conforme relatou o UOL. Na oportunidade, Lázaro Barbosa invadiu a residência da mulher, trancou seu filho e marido num quarto e a arrastou para o matagal.  

Em 17 de maio, outro crime. Entre as 19 horas e meia-noite, o criminoso manteve uma família refém no DF. Desta vez, ele os ameaçou com uma faca e uma arma de fogo. O homem foi trancado em um quarto e as mulheres foram obrigadas a preparar um jantar para ele. 

Quando passou a ser perseguido, em 9 de junho, Barbosa estava sendo investigado pela chacina de uma família.

Após invadir uma chácara em Ceilândia (DF), o criminoso matou um casal e seus dois filhos com facadas e tiros. Além disso, também rendeu o caseiro do local e sua filha.  

Um dos últimos crimes de Lázaro ocorreu no dia 12, quando o serial killer invadiu uma fazenda, atirou em quatro pessoas e colocou fogo no local. Duas pessoas ficaram em estado grave. 

As buscas 

Nos 20 dias que passou sendo perseguido, os agentes que participaram da força-tarefa tiveram enorme dificuldade em capturá-lo. Um dos motivos apontados pelos policiais era o fato de que Barbosa possuía facilidade para se esconder, já que era caçador e mateiro.

Além do mais, ele tinha um ritual para matar. "Ele leva para beira do rio, manda tirar as roupas e uns ele acaba matando", explicou Rodney Miranda, secretário de segurança pública de Goiás, ao G1. 

Um ponto que causou polêmica durante as buscas foi quando os investigadores afirmaram que Barbosa dizia ser perseguido pelo “demônio” ou algum outro tipo de “espírito”. Conforme relatou o portal Metrópoles, Lázaro ainda havia afirmado que levaria “o tanto de gente que puder”. 

Lázaro foi registrado em câmera de segurança/Crédito: Divulgação/ Polícia Civil de Goiás

Pouco antes de ser capturado, conforme recorda matéria publicada pela equipe do site do Aventuras na História, Lázaro Barbosa se encontrou com sua ex-mulher e sogra, com quem deixou cerca de 350 reais para seu filho. 

Entretanto, no mesmo dia, as duas chegaram a negar o encontro quando foram questionadas pelas autoridades se sabiam de algo que pudesse ajudá-los — o que fez com que as duas fossem indiciadas. 

A captura, morte e o velório

Horas após o encontro, na manhã do dia 28 de junho de 2021, o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado, confirmou a captura do criminoso através de suas redes sociais.

“Ta aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas cortinas de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiano não é Disneylândia de bandido”.

Minutos depois, foi informado pelas autoridades locais que o criminoso não resistiu a troca de tiros com a polícia.

Na ocasião, vídeos que circulavam nas redes sociais mostravam os agentes comemorando a morte de Barbosa, o que foi criticado por Roberto Serra da Silva Maia, presidente da Comissão de Direitos Humanos da seção goiana da OAB.

Independentemente da pessoa [que morreu]. Poderia ser a pessoa encarnada na forma de demônio. Mas a gente não pode celebrar uma morte. Porque, quando você celebra uma morte, você banaliza o ser humano completamente”, disse. 

Lázaro Barbosa foi enterrado em 1º de julho em Cocalzinho de Goiás, três dias após sua morte. Segundo a funerária, somente familiares do homem estavam presentes na ocasião. De acordo com uma tia de Lázaro, o caixão estava aberto e a cerimônia durou cerca de 30 minutos.

Momento em que os policiais carregam Lázaro Barbosa/Crédito: Divulgação/ Polícia Civil de Goiás

Após sua morte, porém, as investigações sobre seus crimes não foram encerradas. Segundo explica o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, ao G1, existem 30 crimes em que Barbosa é o autor confirmado, mas outros oito inquéritos ainda há a suspeita de que mais pessoas possam estar envolvidas — algo que segue sendo apurado até hoje.