Responsável por tornar a apresentadora mundialmente conhecida, a atração mudou a história da TV brasileira
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/06/2021, às 15h20
Na manhã de 30 de junho de 1986, o Balão Magico, que ocupava o horário das 8h até às 11h na programação da TV Globo, saía do ar para dar espaço a uma nova estrela advinda de outra emissora — que, posteriormente, usaria o espaço para se tornar uma das maiores referências culturais no país.
A apresentadora Xuxa Meneghel era recém-contratada da emissora carioca após o êxito com a audiência do Clube da Criança, na extinta Rede Manchete. A loira, então namorada do ídolo nacional Pelé, fazia a transição para a maior emissora do país.
Inteiramente reformulado para projetar a apresentadora, estreava o 'Xou da Xuxa', com mais de 300 minutos no ar diariamente, sendo gravados semanalmente no Teatro Fenix, do Rio de Janeiro. O horário era dividido entre desenhos internacionais e brincadeiras no palco com crianças.
Apesar da adaptação ter sido feita no primeiro ano pelo diretor Paulo Netto, os 6 anos seguintes contaram com a direção de Marlene Mattos, como revela o portal de memória da Globo, dando início a parceria longeva da empresária com a apresentadora.
O cenário era uma atração à parte, sendo desenvolvido pelo cenógrafo Reinaldo Waisman em parceria com o desenhista Maurício de Sousa, responsável por criar a Turma da Mônica.
Nele, foi projetado um espaço com brinquedos e espaço plano e amplo, permitindo que as crianças participantes interagissem com o cenário.
Porém, a peça chave se dava na abertura e encerramento do programa; Xuxa saía e entrava de uma quimérica nave espacial cantando, tanto ao iniciar a atração, quanto na despedida.
Nos intervalos dos desenhos, Xuxa ainda contava com os ajudantes Dengue e Praga, além de transformar, ao longo dos anos da atração, as primeiras paquitas em um grupo de jovens garotas que auxiliavam a loira no palco. A produção foi suficiente para marcar a memória dos brasileiros nos sete anos seguintes em que esteve no ar.
O formato com convidados funcionou tão bem que passou a ser importado para outros países da América; além de inspirar a criação de programas com cenários e segmentação semelhantes, a brasileira passou a estrelar o 'El Show de Xuxa' para países de língua espanhola, além de 'Xuxa', uma versão do programa em inglês transmitida nos EUA e dirigida por Tom Lynch.
O sucesso também resultou na produção de discos da trilha sonora original do programa, contendo as canções cantadas por Xuxa; os discos ‘Xou da Xuxa' tiveram sete volumes, com o terceiro volume marcando dois recordes históricos.
Totalizando mais de 3,1 milhões de cópias vendidas e certificado com platina tripla, 'Xou da Xuxa 3' é o disco mais vendido da história do Brasil por uma artista feminina, como revela a Som Livre, além de entrar no Guinness Book como álbum infantil mais vendido da história, como revelou o Estadão.
Tal ascensão impulsionou a imagem da apresentadora pelo mundo, além da projeção incomparável em terras tupiniquins. O último Xou da Xuxa, exibido no último dia do ano de 1992, encerrou uma era, com Xuxa passando a apresentar outras atrações na emissora semanalmente até a saída da Globo, em 2014.
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