Em 2015, na Irlanda, pesquisadores realizaram uma descoberta surpreendente nas raízes de uma grande árvore, um esqueleto antigo; confira!
Encontrar um artefato antigo escondido em uma árvore é como desenterrar um segredo sussurrado pelo tempo. É um evento raro, quase mágico, que nos conecta com o passado de forma inesperada.
As chances de tal descoberta são mínimas, pois, são seres vivos em constante mudança, crescendo, se adaptando e se regenerando.
Ao contrário de sítios arqueológicos tradicionais, onde o tempo preserva objetos em camadas de terra, essa parte da natureza desafiam a preservação, incorporando e transformando os vestígios do passado em sua própria estrutura.
As árvores nos permitem explorar diferentes culturas, rituais, práticas e tecnologias de maneiras que outros sítios arqueológicos não podem. Cada objeto encontrado em uma delas é como uma peça de um quebra-cabeça, revelando histórias perdidas e oferecendo pistas sobre a vida de nossos ancestrais.
Mesmo com todas essas dificuldades, algumas descobertas arqueológicas em árvores (ou em suas raízes) marcaram a história. Relembre como foi a descoberta de um esqueleto medieval emaranhado nas raízes de uma grande e antiga árvore na Irlanda, divulgada em 2015.
Quando uma antiga faia desabou durante as violentas tempestades de inverno na Irlanda, uma descoberta surpreendente veio à tona nas raízes arrancadas: ossos.
A árvore, com seus impressionantes 215 anos, foi derrubada em maio de 2015 em Collooney, situada no condado de Sligo, à beira da costa noroeste da Irlanda.
Uma equipe de especialistas, liderada pela osteoarqueóloga Linda Lynch e membros do Sligo-Leitrim Archaeological Services (SLAS), realizou análises preliminares nos restos mortais encontrados, revelando que pertenciam a um jovem com idade entre 17 e 20 anos no momento de sua morte.
Utilizando técnicas de datação por carbono-14, um isótopo radioativo presente em materiais orgânicos, os pesquisadores puderam determinar que o jovem faleceu durante o período medieval, entre os anos 1030 e 1200 d.C.
O exame minucioso dos ossos revelou sinais de uma morte violenta, com várias lesões nas costelas e nas mãos, indicativas de possíveis ferimentos causados por uma lâmina afiada.
Embora o esqueleto estivesse inicialmente intacto, a ação das raízes da árvore durante seu crescimento acabou por danificar significativamente a parte superior do corpo, que ficou enredada entre elas quando a árvore foi arrancada do solo.
A parte superior do corpo dos restos mortais foi arrancada do solo, enquanto a parte inferior das pernas permaneceu intacta em sua sepultura orgânica, conforme a Live Science.
“Originalmente, todo o esqueleto estava presente, mas a parte superior foi bastante danificada pela atividade das raízes das árvores”, explicou Marion Dowd, arqueóloga e diretora do SLAS em entrevista por e-mail ao veículo.
Os registros indicam que o jovem recebeu um sepultamento cristão formal, evidenciando a prática religiosa da época.
Não encontramos nenhum outro sepultamento, mas os registros do século 19 afirmam que há uma igreja e um cemitério em algum lugar nas proximidades”, continuou Dowd.
A equipe científica prosseguiu com as investigações sobre os restos mortais. Quando concluídas as análises, o esqueleto seria encaminhado ao Museu Nacional da Irlanda, em Dublin, segundo as leis de proteção do patrimônio arqueológico, conforme informou Dowd.