Utilizado na execução do ditador iraquiano, objeto recebeu uma oferta multimilionária no ano de 2015
Condenado à morte no ano de 2006 sob acusações de assassinato, tortura, entre diversos outros crimes, Saddam Hussein esteve no poder como ditador do Iraque por 23 anos. Ele, quem estava à frente do país desde 1979, acabou deposto em 2003, durante a invasão da coalização internacional, da qual faziam parte o Reino Unido e os EUA.
Anos mais tarde, em 2015, a corda com a qual o político foi enforcado foi vista na casa do ex-conselheiro da Segurança Nacional do Iraque Mowaffak al-Rubaie, quem foi o responsável por conduzir Hussein até o local da execução.
Segundo informações do tabloide britânico Daily Mail, a corda, que estava enrolada no pescoço de um busto de ditador, logo virou objeto de disputa, recebendo ofertas na internet.
Na época, o site Al-Araby Al-Jadeed reportou que as imagens do artefato chamaram a atenção de muitas pessoas, incluindo dois empresários do Kuwait, uma rica família israelense, além de uma organização religiosa iraniana, que lançaram suas ofertas pela corda.
Um desses interessados chegou a oferecer uma quantia que, convertida em reais naquele ano, seria equivalente a incríveis 19 milhões. Contudo, al-Rubaie, que pedia bem mais pelo objeto, não aceitou a proposta.
De acordo com o portal Terra, se por um lado surgiu um cenário de disputa pela corda, por outro houve críticas, especialmente por parte de grupos de ativistas dos direitos humanos. É o caso do militante Ahmeed Saheed, que defendia que, em caso de venda, o dinheiro deveria ser doado ao tesouro iraquiano.
Em entrevista concedida ao The Independent no ano de 2013, al-Rubaie revelou que sentia um completo desprezo por Saddam Hussein em razão dos crimes que cometera.
"Eu esperava que ele mostrasse algum remorso pelor crimes terríveis que cometeu e pelas centenas de milhares de pessoas que matou...mas não havia remorso nenhum", disse o homem, que fez parte do Conselho de Governo Iraquiano depois que o ditador foi deposto. Na época, por causa de seus ideais políticos, ele chegou a ser torturado por pessoas que ainda trabalhavam para Hussein.
Mowafakk contou ainda que, após a execução, um de seus funcionários lhe entregou parte da corda que foi utilizada para matar o ditador. Assim, achando apropriado, colocou-a no pescoço de uma estátua de Hussein, quem está enterrado em Al-Awja, na cidade iraquiana de Tikrit.