Paul Keating, que governou o país entre 1991 e 1996, disse à rainha que a monarquia “havia se tornado suavemente obsoleta” em um encontro em 1993
Além de Rainha da Inglaterra, Elizabeth II também tem sua imagem presente em mais 16 países ao redor do mundo, entre nações britânicas, ilhas caribenhas e do Oceano Índico. No entanto, os países possuem uma relação cerimonial com a governante britânica: ela não apresenta autoridade executiva em nenhum desses lugares.
Ainda assim, o vínculo permanece de maneira simbólica, demonstra o poder do Reino Unido. Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra são os países mais lembrados sob o domínio da rainha, mas seu poder estende-se a territórios longínquos.
No total, 16 nações fazem parte dos Reinos da Comunidade de Nações. Fora os países já mencionados, estão Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Bahamas, Belize, Granada, Jamaica, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Santa Lúcia, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Nevis e por fim São Vicente e Granadinas.
Ao longo dos anos, porém, muitos territórios tomaram a decisão de se tornaram repúblicas, assim, a rainha Elizabeth II seria destituída do cargo de chefe de Estado. O mais recente exemplo foi o de Barbados, que anunciou a intenção em setembro do ano passado.
A nação não foi a única a demonstrar descontentamento com o título de poder da rainha no país. Alguns territórios conseguiram obter o título de república, deixando de fazer parte dos Reinos da Comunidade de Nações. Mas outros continuam no mesmo sistema político após anos.
Esse foi o caso da Austrália: até hoje, o país continua sob o 'domínio' de Elizabeth, embora esse poder seja simbólico. Mas isso não impediu que os dois governos se estranhassem ao longo dos anos. Exemplo disso foi um episódio curioso entre a rainha e Paul Keating, que foi primeiro-ministro da Austrália entre 1991 e 1996.
Em 1993, o primeiro-ministro da Austrália, Paul Keating, e a rainha Elizabeth II se encontraram no Castelo de Balmoral, localizado em Aberdeenshire, na Escócia. O encontro foi descrito pelo político em seus escritos pessoais, transformados em uma coleção que foi divulgada pelo jornal The Australian.
“Eu disse à Rainha o mais educadamente e gentilmente que pude que acreditava que a maioria dos australianos sentia que a monarquia era agora um anacronismo; que ela havia se tornado suavemente obsoleta”, escreveu Keating, conforme repercutido pelo jornal London Evening Standard.
"Não por qualquer razão associada pessoalmente à Rainha, mas pela simples razão de que ela não estava em posição de representar suas aspirações”, explicou-se. Para Keating, a sociedade australiana já não sentia nenhum vínculo com o Reino Unido e, especificamente com a família real, já que tornaram-se mais etnicamente diversos.
“Quando terminei minhas observações, ela disse, de maneira bastante queixosa: 'Você sabe que minha família sempre tentou dar o melhor de si na Austrália’”, contou o então primeiro-ministro.
O político continuou narrando: "Eu disse: 'Sim, eu sei disso, senhora'. Ela disse: 'É claro que vou seguir o conselho dos ministros australianos e respeitar os desejos do povo australiano'”.
Segundo escreveu Keating, ele tinha viajado para a Escócia com o intuito de explicar para a rainha que pensava que a Austrália "não precisava mais dela". Foi quando a monarca precisou defender a família real e seu próprio governo.
Em 1999, o sentimento de Keating sobre a monarquia britânica mostrou-se por meio de um referendo sobre a remoção da rainha. Na época, quem liderou a proposta foi Malcolm Turnbull, que viria a se tornar primeiro-ministro do país entre 2015 e 2018.
A Austrália poderia ter se tornado uma república naquele ano, mas o referendo acabou sendo derrotado por um plebiscito. Em 2016, Turnbull afirmou em um discurso que o país deveria acabar com os vínculos com a família real após o reinado de Elizabeth II, conforme noticiado pelo G1 na época.
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