Elize Matsunaga ficou conhecida por ter assassinado o então marido, herdeiro de uma grande empresa alimentícia
No ano passado, Elize Matsunaga, que foi presa por matar o maridoMarcos Matsunaga, herdeiro do grupo Yoki Alimentos, em 2012, teve sua liberdade condicional concedida pela Justiça. O recurso foi assinado pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária, o Deecrim de São José dos Campos.
Agora, ela segue o restante do tempo de pena em liberdade, mas ainda precisa seguir algumas regras. De início, Elize havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas em 2019 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu para 16 anos e três meses a pena.
O caso Matsunaga ficou famoso por todo o país, e Elize se tornou uma figura conhecida devido ao crime cometido. No entanto, seu nome voltou a circular recentemente nos principais veículos de notícias, e não é exatamente por conta do caso, não de forma direta.
Elize está tentando a ressocialização como motorista em três aplicativos, na região de Franca, no interior de São Paulo. Além de conseguir uma renda extra, Matsunaga procura se reestabelecer socialmente.
Segundo Ulisses Campbell, jornalista e escritor, os relatos dos passageiros são de que Elizeé “bem tranquila” e que a maioria a recebe bem. “Ela usa o nome de solteira [Elize Araújo Giacomini]”, disse. Uma publicação na página “Mulheres Assassinas” revelou que o carro utilizado por ela é um Honda Fit, e sua nota como condutora é 4.80, segundo o Metrópole.
O autor da biografia ‘Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido’ observou: “Essas mulheres que cometeram crimes de repercussão nacional, como a Suzane von Richthofen, escolheram voltar à sociedade em empregos de atendimento ao público quando o natural seria se esconder. Isso chama a atenção”.
Por ser uma mulher reconhecida nacionalmente, todos os passos de Elize são detalhadamente acompanhados. Uma investigação contra ela foi aberta pela Polícia Civil de Sorocaba (SP), devido ao uso de documentos falsos na cidade. A mais nova motorista foi detida na cidade em que reside.
Ela foi abordada, de acordo com o G1, na última segunda-feira, 27, e foi ouvida e liberada no meio da tarde. Elize está sendo investigada por ter utilizado documentos falsos para conseguir um emprego na cidade, logo após ter a liberdade condicional. Elize, por outro lado,negou a falsificação dos documentos.
Na ocasião, é dito que ela participou de um processo de contratação para uma construtora de Sorocaba. Ela teria de apresentar um atestado oficial de antecedentes criminais, mas, como cumpre pena em regime aberto no momento, teria mostrado um documento com o nome de solteira. Dessa forma, o documento usado em tal processo seletivo seria de outro funcionário.
Luciano Santoro, advogado de Elize,manteve a versão da cliente, negando qualquer uso de documento falso. Ele explica: "Nem teria qualquer motivo para tanto, já que seu processo não transitou em julgado e ela poderia ter a certidão de antecedentes sem apontamentos".
No 8º Distrito Policial, Elize prestou depoimento, e a investigação segue em curso, com a mulher correndo o risco de voltar para a cadeia.