Margarita Konenkova era casada e trabalhava para URSS quando se envolveu com o maior cientista do século 20
Albert Einstein em sua carta final, escrita de 21 de março de 1955, logo após a morte do amigo e também físico, Michele Besso escreveu para o filho e à irmã de Besso: “o que eu mais admirava nele como homem era a circunstância que ele conseguiu viver por muitos anos, não apenas em paz, mas em consonância duradoura com uma esposa - um empreendimento no qual, duas vezes, vergonhosamente falhei”.
O célebre cientista foi casado duas vezes, e ambas as uniões foram conturbadas. A primeira, com Milena Marić acabou por conta das inúmeras traições de Einstein, inclusive com sua prima, Elsa Löwenthal — que se tornaria sua segunda esposa.
No entanto, o relacionamento mais curioso de Albert Einstein foi com a espiã russa, Margarita Konenkova. Não é certo se o caso amoroso entre os dois teve início antes da morte de Elsa, em 1936. Em cartas enviadas à Besso, Einsten chegou a se referir ao relacionamento como Almar, uma junção dos nomes Albert e Margarita.
O caso se tornou público somente em 1998, quando cartas trocadas pelo casal, entre 1945 e 1946 foram leiloadas pela casa Sotheby's.
Margarita era casada com o escritor russo Sergei Konenkov. Ela havia sido contratada pela URSS para se aproximar de Robert Oppenheimer e outros cientistas de destaque da Universidade Princeton, nos EUA. Oppenheimer trabalhava com Einsten na época, e foi coordenador do Projeto Manhattan, que desenvolveu a bomba atômica americana.
Apesar da parceria com Oppenheimer, Albert não participou do Projeto Manhattan, no entanto, alertou ao governo americano a possibilidade da criação de uma bomba atômica pelos nazistas. Segundo o The New York times, Konenkova apresentou Einstein ao cônsul soviético em Nova York.
Einstein nunca demonstrou ter conhecimento das atividades de espionagem da amante, e a razão do contato íntimo de Margarita com o cientista é questionável — pode ter sido unicamente por questões amorosas —, já que o físico não estava diretamente ligado ao projeto no qual ela estava encarregada de se infiltrar.
Margarita escreveu posteriormente que “Einstein era um homem surpreendentemente modesto, brincando que era famoso apenas por sua riqueza de cabelos”. Albert por sua vez, escreveu em uma carta para a espiã: “tudo aqui me lembra você ... todas as pequenas coisas na cela do meu eremita”.
Com o fim da Segunda Guerra, Margarita foi obrigada a voltar à Moscou com o marido, onde morreu em 1980. Albert continuou vivendo nos Estados Unidos, e trabalhando em Princeton até sua morte, em 1955.
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