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Matérias / Brasil

Os presentes protocolares depredados nos atos terroristas em Brasília

Os manifestantes antidemocráticos roubaram e danificaram objetos de valor inestimável presenteados por outras nações

Redação Publicado em 14/01/2023, às 18h00

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Montagem mostrando vasos quebrados que não poderão ser recuperados - Divulgação/ Câmara dos Deputados
Montagem mostrando vasos quebrados que não poderão ser recuperados - Divulgação/ Câmara dos Deputados

No último domingo, 8, a sede do governo brasileiro foi invadida por milhares de bolsonaristas que, ao se encontrarem insatisfeitos com os resultados das eleições, decidiram engajarem em atos antidemocráticos.  

O grupo foi capaz de adentrar a Praça dos Três Poderes após a barreira criada pelos policiais militares ser rompida. Eles invadiram então o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional (onde está localizada a Câmara dos Deputados e o Senado Federal) e a sede do Supremo Tribunal Federal, deixando um rastro de destruição por onde passaram.

Diversas propriedades públicas foram depredadas, incluindo obras de arte inestimáveis. Entre os patrimônios nacionais afetados pelas manifestações golpistas ocorridas em Brasília, estão os presentes protocolares que ficavam em exposição no Salão Verde, da Câmara.

Esses objetos diplomáticos foram presenteados ao Brasil por líderes de diversas nações. 46 deles estavam no cômodo quando este foi invadido, conforme informações repercutidas pela CNN. 

Como resultado do episódio, 2 presentes protocolares foram roubados e 15 foram danificados — no caso de 12 deles, existe esperança de recuperá-los, enquanto os últimos 3 foram permanentemente destruídos. 

O prejuízo 

Os itens desaparecidos do Salão Verde após o último domingo são uma pérola enviada em 2019 pelas autoridades do Catar a Rodrigo Maia (PSDB), então presidente da Câmara, e uma bola de futebol assinada por Neymar em 2012. 

Montagem mostrando a pérola e a bola de futebol autografada / Crédito: Divulgação/ Câmara dos Deputados 

Já as obras depredadas além da possibilidade de concerto são dois belos vasos decorados de cerâmicaum presenteado pela Hungria e outro pela China — e uma escultura em formato de ovo de avestruz vinda do governo do Sudão.

Ainda de acordo com a CNN, um documento divulgado pelo órgão federal na última terça-feira, 10, estimou que os prejuízos totais estão entre 3 ou 4 milhões de reais. 

A escultura de avestruz / Crédito: Divulgação/ Câmara dos Deputados 

Felizmente, boa parte da destruição causada pelos bolsonaristas à Câmara dos Deputados pode ser restaurada, mas não sem, novamente, um custo alto. O carpete que cobre o Salão Verde, por exemplo, precisará passar por um intenso processo de recuperação. 

Isso, pois o cômodo foi inundado pelos hidrantes locais durante a invasão, assim fazendo com que a peça sofresse estragos. Em alguns pontos, o tecido também se encontrava queimado. O gasto da reparação, por sua vez, é de aproximadamente 20 mil reais. 

Em uma declaração divulgada pela Gazeta Gaúcha, Ismail Carvalho, que trabalha no Laboratório de Conservação do Senado Federal, revelou ainda as tristes limitações dos esforços de restauro: 

A gente ainda precisa fazer um diagnóstico minucioso em cada obra de arte que foi danificada, em cada bem cultural, mas um ato de vandalismo numa obra de arte deixa marcas perenes. Por melhor que seja o processo de restauração de uma obra, as marcas da agressão serão eternas", relatou ele. 

Mais consequências 

Em outras partes da Praça dos Três Poderes, os terroristas quebraram vidros, equipamentos eletrônicos (como TVs e telefones), além de diversas mesas, cadeiras e poltronas. Foram encontradas também pichações em diferentes locais. 

Outro motivo de preocupação é que, no Palácio do Planalto, apenas os danos causados às obras de arte levaram a uma perda calculada entre 8 e 9 milhões.