No Egito, o funeral dos ricos era seguido de cortejos com comida
Comer era um assunto tão sério no Egito antigo que os mais ricos passavam boa parte da vida garantindo que pudessem oferecer banquetes fartos até mesmo após a morte. Assim que eles faleciam, era realizada a mumificação, um processo caro e que podia demorar até 70 dias.
Segundo a tradição, o ato de mumificação seria responsabilidade do deus do inframundo, o homem-chacal Anúbis. Ele faria os procedimentos para a conservação do corpo do morto e os preparos para a vida eterna do sepultado.
Depois acontecia o funeral solene. A partir de então, as famílias passavam a fazer oferendas diárias de alimentos - dependendo da importância do defunto, o desfile gastronômico-funerário podia até ser equipado com cervejarias e padarias, para facilitar o serviço dos parentes.
A melhor parte do ritual, relatado no livro História da Cozinha Faraônica, do egiptólogo francês Pierre Tallet (Senac-SP), é que os produtos não eram largados lá, apodrecendo.
Pelo contrário, os funcionários do templo podiam comê-los depois. A regalia era encarada como remuneração pelos serviços prestados à família.