Conhecido pela mente perturbada, Chico assassinou duas prostitutas em episódios inacreditáveis
Chico Picadinho ou Francisco Costa Rocha foi um assasino responsável pela morte de duas mulheres entre os anos de 1966 e 1976. Sendo seus delitos tão pavorosos, que chegaram a ser colocados pelo G1 de São Paulo, em 2014, como os "9 casos de assassinos que chocaram o país com seus crimes”.
Ele nasceu do caso que seu pai teve com uma amante. A mulher, Dona Nancy, em outras ocasiões já havia cometido o aborto, mas, diferente dos exemplos anteriores, resolveu ser mãe pela primeira vez em 27 de abril de 1942, do homem que seria conhecido como Chico Picadinho.
Quando ainda era criança, seu pai o enviou para morar em uma casa de empregados por conta de uma enfermidade que acometeu sua esposa. Como consequência, o menino logo se sentiu desamparado pela família, sendo abandonado também pelo o casal, que não lhe proporcionava nenhuma afetividade.
Dessa forma, sem nenhuma companhia e amparo, decidiu ficar com animais da mata, como porcos, as cobras, galinhas e gatos. Momento que iniciou a realização de rituais sádicos matando gatos de diferentes formas. Passado dois anos dessas incidências, sua mãe, Dona Nancy, retornou para buscá-lo.
Na mesma época, quando começou os estudos numa escola católica, existe relatos que ele teria visto um caso de pedofilia com um colega. Algo que colaborou com seu isolamento social, e fez com que reprovasse no quarto ano, e fazendo-o esquecer dos estudos.
Quando jovem, fez parte de um grupo chamado “senta pua”, onde foi abusado sexualmente. Assim, tanto o sexo, quanto a violência foram introduzidas na sua biografia. Por não conseguir ser aprovado nem na Escola Naval, nem na Aeronáutica e nem na Polícia Militar, foi ser corretor de imóveis. A disponibilidade de horários o fez participar da conhecida “boca do lixo”, lugar marcado pela prostituição e consumo de drogas.
O primeiro crime
Nesta fase, Francisco compartilhava um apartamento com seu amigo cirurgião-médico, Caio, com quem mantinha relações extraconjugais. E foi nessa residência que Chico cometeu seu primeiro crime, em agosto de 1966. Após beber num bar com Margareth Suida, bailarina austríaca, de 38 anos, ele a convidou para seus aposentos, onde durante o sexo a matou enforcada com um cinto. Depois a levou para o banheiro e partiu para o dilaceramento do seu corpo. Retalhou em a moça em vários pedaços.
Feito essa monstruosidade, Francisco dormiu no sofá da sala. No dia seguinte, contou para o seu colega, Caio, que havia um cadáver na casa. Ele então ligou para a polícia, e Chico foi preso no dia 05 de agosto de 1966. Como causa do crime afirmou em depoimento que a vítima se parecia com sua mãe, pois ambas se envolveram com homens por dinheiro e status.
Desta forma, ficou preso por 18 anos de reclusão dado o crime de homicídio qualificado, que foi somado a mais 2 anos e 6 meses pela desintegração do cadáver. Depois, teve sua condenação substituída para 14 anos e 4 meses. Na cadeia, trabalhou, estudou e casou. Foi solto em 1974, oito anos após o ocorrido.
Recomeço conturbado
Seu primeiro casamento não prosperou mesmo tendo a esposa grávida. Veio a casar-se pela segunda vez, tendo outro filho, mas novamente se separou. Nessa vida, ele retornou para a “boca do lixo”, repetindo os mesmo hábitos: bebidas, drogas, sexo e prostituição. Até que não demorou muito para cometer o segundo homicídio. Foi apenas dois anos e cinco e meses após ser solto.
Numa lanchonete conheceu Ângela, outra prostituta de 34 anos. Conduziu ela para um apartamento de um colega, quando na relação sexual veio a estrangular. O enredo macabro se repetiu: para dar um fim na moça, pegou uma faca, canivete e um serrote e cortou seu corpo em picados, e exausto, dormiu no sofá.
Após, saiu do local, desejando encontrar ajuda de um amigo de cela. Mas, ainda quando procurava uma escapatória foi preso pela polícia novamente.
Após o crime, foi condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão, ao ser considerado um portador de personalidade psicopática de tipo complexo. Em 1994, Francisco foi submetido para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté parar ser tratado de sua insanidade mental.
Passado isso e tendo o cumprimento integral de sua pena, em 1º de março de 2017 teve a sua soltura determinada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani. Contudo, em maio do mesmo ano, o desembargador Ricardo Dip, da Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiu pela manutenção da custódia.
Na decisão, o magistrado constatou que a Casa de Custódia é o "melhor local para albergar civilmente Francisco, com registro que está adaptado à rotina diária, à disciplina, recebe tempestiva e eficazmente a medicação psiquiátrica”. Isso porque na década de 1970, de acordo com um laudo médico, Chico foi diagnosticado como tendo uma personalidade sádica e psicopática.
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