Após sua última aparição pública em 1990, o astro passou a viver em casa sofrendo diariamente com fortes dores causadas pela AIDS
Desde que foi diagnosticado com AIDS em 1987, Freddie Mercury passou a sofrer diariamente com os efeitos colaterais da doença e a pressão da mídia para que confirmasse seu verdadeiro estado de saúde. Em questão de pouco tempo, passou a aparecer cada vez mais magro e pálido, causando especulações sobre o que estava acontecendo com o astro.
Sua última aparição pública foi em 18 de fevereiro de 1990, no Brit Awards, onde recebeu o prêmio de Contribuição Espetacular à Música Britânica. Na ocasião, as únicas palavras ditas pelo vocalista do Queen durante toda a cerimônia foram “Obrigado… boa noite”. Após esse dia, ele permaneceu apenas em sua casa onde, em seus últimos dias, não conseguia nem sair da cama.
Segundo seu assistente e amigo pessoal Peter Freestone, as pessoas mais próximas de Freddie passaram a fazer revezamento em sua casa nas últimas semanas para que ele nunca ficasse sozinho.
"Na última semana, ele já não saía mais da cama e nunca estava sozinho. Nós fazíamos turnos de 12 horas (para acompanhá-lo). Eu estava sentado na cama segurando as mãos dele para que, quando ele acordasse, tivesse alguém lá. Nós conversamos sobre amenidades como amizades e fofocas", relembrou Peter em entrevista.
Jim Hutton, namorado do cantor, escreveu em seu livro Mercury and Me, que seu amado sofria diariamente com fortes dores no corpo. Mary Austin, melhor amiga de Mercury e o amor de sua vida, como ele mesmo dizia, revelou em entrevistas que ele também estava perdendo sua visão devido a doença.
“A qualidade de vida dele havia mudado drasticamente e ele sentia mais dor a cada dia. Ele estava perdendo a visão. O corpo dele enfraquecia a cada nova convulsão”, contou Austin. Cansado de sua situação, Freddie decidiu no dia 10 de novembro de 1991 que deixaria de tomar seus remédios e esperaria por sua morte.
Hutton ainda escreveu em sua obra que o último dia em que o astro esteve consciente foi no dia 22, quando decidiu junto de seu empresário Jim Beach que gostaria de divulgar seu verdadeiro estado de saúde para o público. Esse também foi o último dia em que Peter viu seu amigo ainda com vida. No dia seguinte, o mundo soube sobre o diagnóstico de um dos maiores nomes da música internacional, um dia antes de sua morte.
Em 24 de novembro de 1991, o fundador do Queen teria acordado durante a madrugada e pedido para seu namorado que lhe buscasse algumas frutas e, depois de comer, voltou a dormir. Ele teria despertado Jim de forma brusca novamente por volta das 3h, apontando para sua boca e sem conseguir falar. Um enfermeiro chegou prontamente e viu que o cantor estava engasgado, conseguindo salvá-lo de forma rápida.
Seus últimos momentos aconteceram por volta das 6h da manhã, quando ele levantou pedindo para urinar, no que seriam suas últimas palavras. Hutton o ajudou a fazer suas necessidades e, ao voltarem para cama, Freddie passou a ter fortes convulsões.
Novos médicos foram chamados, aplicando morfina para tentar melhorar as dores que o vocalista estava sentindo, porém, ele mal conseguia responder aos estímulos externos. Ao tentar trocar sua roupa depois de perceber que Mercury não havia conseguido pedir para ir novamente ao banheiro, o namorado percebeu que a perna de seu amado estava sem forças, constatando sua morte e o cobrindo de abraços e beijos para se despedir.
Seu funeral aconteceu três dias depois, com o cantor sendo cremado no Cemitério de Kensal Green. Quem recebeu suas cinzas foi Mary Austin e, até os dias atuais, apenas ela, Jim Hutton, os membros do Queen e os familiares do artista sabem onde os restos de Freddie Mercury foram depositados.
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