A desafiadora trama apresentada no filme aconteceu na vida real e o desfecho exigiu esforço nacional; filme passará hoje na Sessão da Tarde
Em Capiapó, no Chile, um desabamento sela a única entrada e saída de uma mina, deixando 33 mineiros presos a mais de 700 metros abaixo do solo. Essa é a trama que conduz o filme 'Os 33', de 2015, que irá ao ar hoje, 8, pela TV Globo, na Sessão da Tarde.
Os trabalhadores ficam confinados em um local conhecido como refúgio, liderados por Mario Sepúlveda (interpretado por Antonio Banderas), onde enfrentam a necessidade de racionar os suprimentos alimentares disponíveis.
Ao mesmo tempo, o Ministro da Energia, Laurence Golborne (interpretado por Rodrigo Santoro), fazendo esforços para assegurar o resgate dos mineiros, depara-se com desafios técnicos e a pressão imposta pelo implacável avanço do tempo, de acordo com a sinopse do longa.
A história, que mais parece um caso fictício, é surpreendentemente baseado em um acontecimento real. Conheça a história verdadeira por trás do comovente filme:
Em 5 de agosto de 2010, um desmoronamento na mina de San José, no deserto do Atacama, Chile, deixou 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade. O dramático incidente desencadeou uma operação de resgate sem precedentes que culminou em um esforço hercúleo para salvar as vidas dos trabalhadores.
O mundo testemunhou a saga de sobrevivência, solidariedade e determinação que perdurou por 70 dias, envolvendo equipes de resgate, tecnologia de ponta e uma nação unida.
Os mineiros permaneceram incomunicáveis por 17 dias até serem descobertos pelas equipes de sondagem, iniciando assim um planejamento minucioso para um resgate complexo.
A mina de San José, além de se tornar o palco de um resgate épico, chamou a atenção para os riscos enfrentados pelos trabalhadores nas mineradoras, especialmente em um país onde a mineração é uma das principais atividades econômicas.
O Chile, reconhecido por sua riqueza em minérios, enfrentou o desafio de resgatar os mineiros em um período previsto de até quatro meses. O presidente Sebastián Piñera assumiu um compromisso pessoal de salvar todos os trabalhadores, acompanhando de perto os trabalhos e recebendo cada mineiro resgatado.
O período de isolamento foi especialmente desafiador para os mineiros, que enfrentaram condições adversas, consumindo apenas duas colheres de atum e meio copo de leite por dia. O ambiente insalubre, a falta de ventilação e a ausência de luz solar aumentaram os riscos de infecções e doenças respiratórias.
Além disso, os efeitos psicológicos do confinamento prolongado eram desconhecidos e exigiram a grande experiência de especialistas, incluindo colaboração da NASA, de acordo com o UOL.
A operação de resgate envolveu a construção de cápsulas de metal, denominadas Fênix, que foram inseridas na mina através de dutos. Essas cápsulas, mais sofisticadas que as utilizadas em resgates anteriores na Alemanha, eram equipadas com rádio-comunicador, cinto biométrico e tubos de oxigênio.
A transmissão ao vivo pela internet e por canais de televisão permitiu que mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo acompanhassem o desenrolar da operação. Os 33 mineiros, considerados heróis no Chile, foram resgatados em uma jornada que durou 21 horas e 44 minutos entre os dias 12 e 13 de outubro, 70 dias após o acidente.
A fama repentina gerou oportunidades e prêmios para os trabalhadores, mas a mina de San José foi fechada pelo governo, e as famílias buscam indenizações enquanto o país promete reforçar a fiscalização e revisar os padrões de segurança na indústria mineradora.
A saga de resgate no Chile destacou não apenas os desafios enfrentados pelos mineiros, mas também a capacidade de superação, cooperação e solidariedade que podem emergir mesmo nas situações mais difíceis.