Cada componente da refeição surgiu em locais e épocas diferentes para formar a mesa mais tradicional do ano; descubra a origem de cada um!
Arquivo Aventuras na História Publicado em 24/12/2019, às 07h00 - Atualizado em 22/12/2023, às 11h13
Entra ano, sai ano, continuamos nos sentando à mesa para celebrar o Natal, como faziam nossos pais, avôs e bisavôs. Se trata de um verdadeiro ritual nascido há mais de três séculos, provavelmente nas igrejas europeias, que passaram a reunir os fiéis para uma espécie de encenação da Santa Ceia. O intuito era confraternizar e programar o futuro, e isso também não mudou. Só o cardápio foi se alterando e ganhando novas interpretações em cada país.
No século 19, o pintor Jean-Baptiste Debret (1768-1848) já descrevia o Natal carioca como uma festa de troca de presentes comestíveis, de caças a compotas. Muita gente discorda, mas nossa ceia tem o jeitão do Brasil, mesmo sendo resultado da influência dos imigrantes. "É uma transferência criativa. Temos outras técnicas de preparo e outros condimentos", disse Wanessa Ásfora, doutoranda em História Social na Universidade de São Paulo.
São tradição no Hemisfério Norte, que celebra no inverno. "Para os romanos, as avelãs evitavam a fome e as amêndoas, os efeitos da bebida", explica a historiadora Vivian Coutinho.
As primeiras celebrações com a bebida aconteceram no palácio de Versalhes, na França. Napoleão teria dito que ele era "merecido na vitória, necessário na derrota".
Os portugueses inventaram esse doce feito de pão dormido e fizeram a gentileza de trazê-lo para cá durante a colonização. Na Europa, ele é apreciado o ano todo.
A mais famosa lenda sobre ele se passa em Milão. Apaixonado pela filha do patrão, um padeiro criou o "pão do Toni" para o futuro sogro. Certo mesmo é que o doce chegou ao Brasil vindo da Itália.
Na década de 50, o frigorífico Wilson, de São Paulo, importou pernis de porco defumados. Na embalagem, colocou a expressão tender made ("feito com carinho"). E o paulistano rebatizou o prato.
Como é barato e engorda rápido, o peru virou símbolo de fartura entre os americanos. Mas não foi por isso que ele veio parar aqui. "Legado português, a ave é apreciada desde a colônia", afirma Vivian Coutinho.
A ceia dos portugueses inclui bacalhau com castanhas cozidas. Mas, como o peixe sempre foi caro, muita gente no Brasil deu preferência a um bom porquinho assado.