Dono de uma potente voz, Jessé fez parte do grupo ‘Placa Luminosa’ e foi sucesso com a música ‘Porto Solidão’; relembre sua trajetória!
Há exatos 30 anos, em 29 de março de 1993, um acidente de carro tirou a vida de Jessé Florentino Santos. Dono de uma voz potente, o cantor fluminense conhecido apenas como Jessé morreu em decorrência de um traumatismo craniano causado após ele capotar seu próprio carro em uma estrada em Ourinhos, cidade paulista perto da divisa com o Paraná.
Na música, Jessé ficou conhecido pelo sucesso "Porto Solidão" e por ter feito parte do grupo 'Placa Luminosa'. Ele também foi premiado no 12º Festival da Canção Televisão Ibero-Americana, realizado em Washington, nos Estados Unidos. Relembre sua trajetória!
Embora Jessé Florentino Santos tenha nascido na cidade de Niterói (RJ), em 25 de abril de 1952, a maior parte de sua infância se passou em Brasília, visto que seu pai, um funcionário público, se mudou para a capital federal quando ele ainda tinha seis anos.
Aos 13, Jessé já começou a demonstrar sua aptidão musical por influência de sua formação cristã — sua família fazia parte da Igreja Presbiteriana. Um ano depois, recorda artigo da Câmara Municipal de Niterói, Jessé formou seu primeiro conjunto musical, onde se apresentava como contrabaixista em bailes pela cidade.
Na década de 1970, seu pai se aposentou em voltou para o Rio de Janeiro, mas Jessé decidiu seguir em Brasília e apostar em sua carreira musical. Em 1974, mudou-se com alguns amigos para São Paulo, onde se apresentou em boates.
Nesta mesma década, integrou dois grupos musicas, o 'Corrente da Força' e o 'Placa Luminosa'. Com esse segundo grupo, inclusive, conseguiu emplacar a canção 'Velho Demais' na novela 'Sem Lenço, Sem Documento' (1977-1978) da Rede Globo, relembra matéria da Radio Agência Nacional.
Jessé ainda se aventurou com canções em inglês, desta vez usando dois pseudônimos: Christie Burgh (em 1976) e Tony Stevens (entre 1976 e 1977). Com esse segundo, inclusive, fez sucesso com o hit ‘If You Could Remember’, que fez parte da novela da extinta TV Tupi, 'Tchan - A Grande Sacada' (1976-1977).
Segundo matéria do G1, porém, o reconhecimento de Jessé pelo grande público só aconteceu em 1980, quando ele venceu prêmio de Melhor Intérprete com a música ‘Porto Solidão’, no Festival MPB Shell, da Rede Globo. No mesmo ano, se apresentou no Fantástico com a canção ‘Voa Liberdade’.
No ano seguinte, ganhou o mesmo prêmio no festival, agora com ‘Estrela Reticente’, aponta o Memorial da Televisão Brasileira. No ano de 1983, Jessé ganhou três prêmios no ‘12º Festival da Canção Televisão Ibero-Americana’, realizado em Washington, nos Estados Unidos. Pelo sucesso ‘Estrela de Papel’, o cantor foi premiado com os troféus de Melhor Intérprete, Melhor Canção e Melhor Arranjo.
No final da década, em 1989, voltou aos Estados Unidos, agora para a gravação do álbum ‘Jessé in Nashville’ — que apresenta os hits ‘América’ e ‘Novo Amanhecer’. No início dos anos 1990, o cantor se envolveu em uma briga com a gravadora RGE e montou seu próprio selo (Luz), abrindo a porta para artistas de menos expressão.
Conforme recorda matéria da Agência Brasil, Jessé morreu em um trágico acidente de carro em 29 de março de 1993. Na época, o cantor fluminense tinha apenas 40 anos, sendo vítima de traumatismo craniano.
Na ocasião, ele havia partido da cidade de Ourinhos, interior de São Paulo, e faria uma viagem até Terra Rica, no Paraná. No comando de um Ford Escort XR3 Conversível, Jessé perdeu o controle do veículo e capotou em uma curva.
Ele dirigia a uma velocidade de aproximadamente 190 quilômetros por hora. Segundo o Diário do Nordeste, no veículo estava sua esposa, Rosana Kozzer, grávida de cinco meses. Ela acabou perdendo a filha, mas sobreviveu.
No ano anterior, em uma entrevista ao apresentador Clodovil Hernandes, Jessé já havia relatado seu gosto por dirigir em alta velocidade. Três anos antes de sua morte, aliás, o cantor havia sofrido um acidente onde sua moto capotou por três vezes.
Jessé Florentino Santos foi sepultado no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo. Anos depois, recorda o Memorial da Televisão Brasileira, seu caixão foi transladado para o Cemitério Sagrado Coração de Jesus de Santo André (SP).