Desde o último dia 31 de dezembro, um helicóptero e seus quatro passageiros estão desaparecidos; as autoridades estão em seu 11° dia de buscas
Nesta quinta-feira, 11, autoridades adentraram o 11º dia de buscas pelo helicóptero que desapareceu no último dia de 2023. A aeronave, que possuia quatro pessoas a bordo, havia levantado voo do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, com destino à Ilhabela, no litoral norte paulista, mas perdeu o contato com as torres de comando.
No dia 31 de dezembro, às 22h40, o Comando de Aviação e o Corpo de Bombeiros recebeu um alerta, pois, não havia registro do pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB), com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, iniciou as buscas na cidade de Paraibuna, onde o helicóptero fez o último pouso registrado.
Porém, a extensão da área de busca, que soma mais de 5 mil quilômetros, dificulta a procura pela aeronave. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), até esta quarta-feira, 10, foram cumpridas mais de 100 horas de voo na esperança de encontrar o helicóptero.
Além de aeronaves do exército, como o SC-105 Amazonas e o H-60 Black Hawk, drones e helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar, equipados com câmera termal (infravermelha), também estão sendo utilizado nas buscas.
Durante este processo, algumas pistas foram descobertas pelas autoridades, conforme repercutido pelo G1.
Câmeras de segurança da Rodovia dos Tamoios (SP-99), que conecta o Vale do Paraíba ao Litoral Norte de São Paulo, captaramimagens do que pode ser o helicóptero desaparecido.
A gravação, que se encontra sob posse da Polícia Civil e Militar, mostra uma aeronave na região do quilômetro 58 da rodovia, entre às 14h07 e 14h13 do dia 31 de dezembro, dia em que o helicóptero decolou.
O material agora é utilizado pelas autoridades envolvidas na investigação para montar possíveis trajetos e locais de pouso. Além disso, Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) divulgou na quarta-feira, 10, que uma antena da região de Paraibuna captou sinais do celular de Raphael Torres, um dos passageiros da aeronave, às 23h54 do dia 31 de dezembro.
Antes dessa pista, sinais emitidos do celular de Luciana Rodzewics já haviam sido detectados. Porém, o dispositivo continuou emitindo sinais até às 22h14 do dia 1º de janeiro, quase 24 horas após os sinais emitidos pelo celular de Torres.
Além disso, a Polícia havia encontrado mensagens de texto trocadas entre Letícia Ayumi (filha de Luciana) e seu namorado, durante o trajeto. Antes de retomar o voo e perder o contato, ela explicou que o grupo realizou um pouso de emergência.
Naquele momento, ela enviou duas fotos do local para o namorado, com a legenda: “Tempo ruim. Não dá para passar. Medo”. Poucos momentos depois, ela conta que fizeram um pouso de emergência: “Pousamos no meio do mato”. O namorado perguntou em qual local ela estava, mas a jovem não soube responder.
Ainda no dia 31 de dezembro, Raphael Torres enviou uma mensagem de áudio ao filho, cerca de 1h10 depois da decolagem, explicando a mudança de rota em razão do tempo, e que por isso a aeronave acabaria pousando em Ubatuba.
Vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba, porque Ilhabela está ruim. Não consigo chegar”, explicou o empresário em áudio enviado ao filho às 14h25.
No último sábado, 6, a Polícia Civil encontrou o local onde o helicóptero realizou o pouso de emergência, na região de Paraibuna, graças aos registros de Letícia e ao rastreio do último sinal do celular de Luciana.
Entre os quatro desaparecidos também está o piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, que teve a sua identidade confirmada pelo G1. Além disso, o veículo de notícias também apurou que opiloto teve sua habilitação cassada em setembro de 2021 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A pena, tida como a mais grave do órgão regulador, foi aplicada depois que Teodoro jogou o helicóptero que pilotava contra um servidor da Anac, que realizava uma fiscalização no aeroporto Campo de Marte em 2019.