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Matérias / Personagem

O que aconteceu com a casa onde Hitler nasceu?

Depois de ser museu, escola e também um centro de apoio para pessoas com deficiência, residência de uma das figuras mais cruéis da história teve um fim inusitado

Redação Publicado em 10/12/2020, às 09h20 - Atualizado em 09/02/2022, às 16h57

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Fachada da casa onde nasceu Hiltler - Getty Images
Fachada da casa onde nasceu Hiltler - Getty Images

No dia 20 de abril de 1889, nasceu, em uma casa de esquina na cidade de Braunau, na Áustria, o homem que seria conhecido como uma das figuras mais cruéis da história da humanidade: Adolf Hitler. A construção de três andares datada do século 17 funcionava como restaurante e uma cervejaria antes de se tornar em um local de moradia.

Durante as décadas que se seguiram após a morte do ditador, a residência localizada às margens do Rio Inn e tombada como patrimônio histórico, foi utilizada das mais diversas maneiras. Entretanto, como o local serve de ponto de visitação de adeptos do nazismo, ainda hoje, o governo austríaco decidiu adotar uma medida para resolver a situação.

A saga da casa 

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as autoridades austríacas constataram que o número de adoradores de Hitler crescia de maneira incontrolável, sendo que a construção em Braunau atraia milhares de nazistas que queriam prestar homenagens ao ditador. Desse modo, no ano de 1972, o governo resolveu alugar o prédio para ter controle sobre seu uso. 

Homem seguidor do Nazismo/ Crédito: Getty Images

Com a medida, somente organizações que promoviam atividades de cunho social, educativo ou administrativo poderiam desenvolver atividades no local. Assim, pagava-se 4,8 mil euros por mês à proprietária, Gerlinde Pommer, que cedia o espaço para as organizações. 

Ao longo dos anos, o imóvel já foi museu, escola e também um centro de apoio para pessoas com deficiência. Contudo, Pommer nunca quis investir em reformas em sua propriedade e se recusava a vendê-lo para o governo desde que as primeiras propostas foram feitas, no ano de 1984.

Como o aluguel era muito caro para uma casa que estava caindo aos pedaços, o centro deixou de funcionar no local e o prédio permaneceu sem uso. Assim, o Estado entrou na justiça para confiscar a casa da mulher e venceu o processo no ano de 2017.

Getty Images

Autoridades chegaram a cogitar a possibilidade de demolir o imóvel, mas historiadores e políticos teceram críticas à medida. Assim, o ministro Wolfgang Peschorn declarou que o imóvel seria transformado em uma delegacia. “O uso futuro da casa pela polícia deve servir como um sinal claro que esse prédio jamais será um lugar para se comemorar o Nazismo”, disse ele.

Indenização 

Em fevereiro de 2019, a justiça determinou que o governo pagasse uma indenização de 1,5 milhão de euros à mulher. No entanto, o valor definitivo ficou em 810 mil euros. No mesmo ano, a Áustria decidiu abrir um concurso para que arquitetos de toda a União Europeia propusessem conceitos inovadores para o projeto da delegacia.

Inscrição em frente à casa/ Crédito: Getty Images

Desde 2016, há uma enorme placa de pedra instalada na calçada em frente à construção. Nela, está contida a seguinte mensagem: “Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos alertam”. Porém, ela não foi capaz de afastar os seguidores de Hitler.


Com informações de: SuperInteressante e El País.