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Matérias / Arqueologia

O caixão romano com os restos de uma criança: relembre a notável descoberta arqueológica

Em 2013, um túmulo de 1.600 anos feito de chumbo foi encontrado na Grã-Bretanha, revelando detalhes fúnebres impressionantes

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/07/2021, às 08h00 - Atualizado em 13/03/2022, às 08h00

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O caixão romano descoberto na Inglaterra em 2013 - Divulgação/Archaeology Warwickshire
O caixão romano descoberto na Inglaterra em 2013 - Divulgação/Archaeology Warwickshire

O clube Desenterrando o Passado realizou uma escavação organizada num campo na vila de Witherley, localizada a oeste de Leicestershire, na Inglaterra, em outubro de 2013. Eles estavam perto da antiga estrada romana de Watling Street.

Chris Wright e Steve Waterall, entusiastas de arqueologia, que usavam detectores de metal durante o trabalho, se depararam com algo impressionante. Membros do clube, eles contaram com a ajuda de outros curiosos para desenterrar nada mais nada menos que um caixão romano.

Eles retiraram o túmulo do solo e o levaram para que especialistas pudessem investigá-lo à fundo. Impressionantemente, as análises primárias já mostravam que o caixão era mais notável do que eles imaginavam: guardava os restos mortais de uma criança.

Wright contou à BBC na época da descoberta que considerou a resposta das escavações muito “interessante”. "Estar associado a um objeto que vai ajudar a construir uma imagem de como foi esse período é uma honra”, afirmou em 2013.

Ele já havia descoberto outros itens arqueológicos notáveis antes do caixão, que pensou ser um tesouro à primeira vista. Na época, o britânico era membro do clube há um ano e encontrou, durante trabalhos coletivos, uma medalha da Guerra da Crimeia.

O estudo do caixão

Análises sendo realizadas no caixão na época da descoberta / Crédito: Divulgação/Archaeology Warwickshire

Com a descoberta de Wright, o túmulo logo foi levado para o instituto Archaeology Warwickshire, onde começou a ser estudado pelo pesquisador Stuart Palmer, porta-voz de arqueologia da entidade.

Na época, Palmer relatou: "É importante porque é uma rara oportunidade de olhar para os costumes funerários, o ambiente e o tipo de roupa. No momento não sabemos — é tudo adivinhação. Esperamos que lance uma luz muito necessária sobre um período remoto de nosso passado". 

A partir da investigação, os arqueólogos concluíram que se tratava de um caixão de 1.600 anos que provavelmente pertenceu ao filho de uma família rica do período histórico. A sepultura foi feita com chumbo e seus cantos foram selados com chumbo derretido.

Tratava-se de um dos primeiros exemplos de sepultamento cristão, que se tornou ainda mais especial por conter os restos mortais de uma criança. A partir disso, é possível entender mais sobre a vida e a morte durante o período romano.

Crédito: Divulgação/Archaeology Warwickshire

Além de possibilitar mais estudos sobre as práticas e ritos funerários da época, a descoberta também foi importante para que os pesquisadores pudessem realizar avaliações mais rigorosas sobre as roupas usadas pelos antigos romanos, assim como as dietas, as doenças das quais eles sofreram na época e os remédios usados por eles.

Na época, o arqueólogo comparou a importância da descoberta com a que tinha sido feita pouco antes. Os britânicos haviam encontrado um esqueleto que poderia ter sido o rei Ricardo III em um estacionamento de Leicester. "Esta é uma história diferente e nos permitirá fazer diferentes tipos de perguntas", concluiu Palmer.


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