Depois de anos de regime militar, o país se via no meio de uma redemocratização, com diversos partidos e um povo querendo votar
Com a política nacional-desenvolvimentista de Jango de um lado e o medo da ameaça comunista de outro, o ano de 1964, no Brasil, foi bastante turbulento. Abusando do discurso de defesa da família e do cristianismo, foi fácil para os militares conquistar a confiança e o apoio do povo. Instaurou-se, então, a ditadura civil-militar brasileira no final de abril.
Depois disso, foram 21 anos de regime, caracterizados por políticas de censura, atos institucionais, torturas e, como consequência, uma lista enorme de mortos e desaparecidos. Tamanha truculência não foi bem vista pela população, que, em 1983, começou a pedir por Diretas Já. Então, em 1985, em uma vitória parcial, o povo brasileiro viu o primeiro presidente entrar no poder.
Tancredo Neves foi eleito em janeiro, mesmo que indiretamente, pelo Colégio Eleitoral. Não era a redemocratização que os brasileiros imaginavam e tanto pediam, mas a volta de um presidente eleito, as promessas de recuperação econômica e o fim da ditadura pareciam promissores.
A saúde do presidente, no entanto, não permitiu que ele realmente entrasse no poder. Um dia antes da cerimônia de posse, Tancredo foi internado. Devido a complicações, ele morreu em abril de 1985. Assim, seu vice, José Sarney, também eleito pelo Colégio, assumiu a presidência, no dia 15 de março.
Pouco tempo depois, em maio, o Congresso Nacional aprovou uma constituinte que acabava com os últimos resquícios do regime militar. Entre as medidas aprovadas estavam a eleição direta com voto popular para presidente e o direito ao voto para os analfabetos.
A ELEIÇÃO DE 89
Com o final do mandato de Sarney logo na esquina, as eleições populares estavam cada vez mais perto. O pluripartidarismo já era uma realidade no país desde 1979 e diversos políticos entraram na corrida pela presidência.
Liderando o primeiro turno, Fernando Collor (PRN), disputou o segundo turno com Luis Inácio Lula da Silva (PT). No final, com 50,01% dos votos e uma campanha impressionante — já que, no começo, tinha apenas 5% das intenções —, Collor foi o primeiro presidente eleito a voto popular no Brasil redemocratizado.
O novo mandante assumiu a liderança do país com quarenta anos, se tornando o mais jovem político a assumir esse cargo na história das Américas. Seu vice, Itamar Franco, viria a ser o próximo presidente, sucedendo Collor, que sofreria um impeachment em 1992.
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