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Matérias / Doleira: A História de Nelma Kodama

Nelma Kodama: Veja a história da doleira tema de documentário na Netflix

Figura central em novo documentário da Netflix, Nelma Kodama chamou atenção há uma década sendo a primeira mulher presa na Operação Lava Jato

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 02/06/2024, às 08h00 - Atualizado em 10/06/2024, às 10h24

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Nelma Kodama - Reprodução/Vídeo/YouTube/@redetv / Divulgação/Netflix
Nelma Kodama - Reprodução/Vídeo/YouTube/@redetv / Divulgação/Netflix

Recentemente, a Netflix lançou o documentário 'Doleira: A História de Nelma Kodama', em que conheceremos mais sobre a curiosa figura da primeira mulher a ser presa na Operação Lava Jato.

Ex-dentista do interior de São Paulo, Nelma Kodama foi uma doleira e hoje é empresária. Porém, ficou mais conhecida em 2014, depois de ser condenada a 18 anos de prisão por corrupção, evasão de divisas e organização criminosa.

Segundo a sinopse, o novo documentário "mostra uma vida repleta de desafios, reviravoltas e muito luxo, além de explorar a personalidade peculiar da doleira Nelma Kodama, que contribuiu para que ela conseguisse circular e operar em espaços, até então, estritamente masculinos. Com grande capacidade de persuasão, foi Nelma quem disponibilizou milhões em dinheiro vivo para propinas em Brasília".

O novo documentário, cuja estreia está prevista para o dia 6 de junho, contará com depoimentos da própria Nelma Kodama sobre os bastidores da vida dela, sendo inclusive visto no trailer uma afirmação dela de que a beleza de ser doleiro é movimentar milhões de reais. A produção é dirigida por João Wainer e produzida pela TX Filmes.

Conhecendo um pouco mais sobre o documentário, confira a seguir quem é Nelma Kodama, a ex-doleira em que a produção gira em torno:

Dinheiro bem escondido

Segundo o UOL, o nome de Nelma Kodama foi mencionado pela primeira vez em 2002, quando foi apontada como responsável por uma série de operações irregulares em dólares, favoráveis ao PT, quando Celso Daniel era prefeito de Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo. Na época, ela era dona da agência Havaí Câmbio e Turismo, mas ela negou prontamente a existência de qualquer operação irregular ou destinada a políticos.

Porém, em 2013 ela foi alvo de investigação mais uma vez pela Polícia Federal, que aqui mirava ações ilícitas na Petrobras, a própria Operação Lava Jato. A partir de então, ela foi monitorada pelos agentes e, em 2014, foi condenada em primeira instância a 18 anos de prisão.

+ Mais de duzentas condenações: Relembre a polêmica Operação Lava Jato

Ela foi presa no Aeroporto Internacional de Guarulhos, enquanto tentava embarcar com rumo a Milão, na Itália. O que mais chamou atenção, porém, foi que os policiais alegaram que ela tinha cerca de 200 mil euros escondidos na calcinha. No entanto, já nessa época ela negava isso, e dizia que o dinheiro estava nos bolsos:

Eu acho que [essa história] aconteceu porque havia casos [de homens flagrados] com dinheiro na cueca. E precisavam de ter uma mulher com dinheiro na calcinha", disse ela na época.
Nelma Kodama durante delação / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/@SBTNews

Confissões

Em 2015, convocada para depor na CPI da Petrobras, Nelma finalmente admitiu ter cometido crimes envolvendo o mercado irregular de câmbio, bem como a Operação Lava Jato investigava, e também confirmou ter se beneficiado da falta de controle das instituições de mercado financeiro.

Toda essa corrupção, tudo isso que está acontecendo das empreiteiras, da Petrobras, tudo isso tem a participação do Banco Central, das instituições financeiras", disse.

No ano seguinte, em 2016, ela fechou então o acordo de delação premiada, e deixou a prisão para cumprir sua pena com tornozeleira eletrônica. Isso inclusive se tornou marca pela qual ela chamaria atenção publicamente nesse período, com ela falando como lidava com o aparelho no dia a dia.

Finalmente, em 2019, ela deixou sua tornozeleira eletrônica, tendo sua pena extinta pelo indulto natalino do fim de 2017, concedido pelo ex-presidente Michel Temer. Na época, inclusive, foi repreendida pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da Vara de Execuções Penais de Curitiba, por publicar o vídeo em que retirava o objeto.

Além disso, uma imagem bem emblemática de Nelma Kodama é uma em que ela aparece em um vestido vermelho, com um sapato Chanel e uma tornozeleira eletrônica. Essa imagem inclusive estampa seu livro de memórias, 'A Imperatriz da Lava Jato', escrito pelo jornalista Bruno Chiarioni.

Tráfico

Apenas 3 anos após conquistar a liberdade, Nelma Kodama foi presa mais uma vez em 2022: nesse caso, foi detida em Portugal por suspeita de envolvimento com organização criminosa relacionada ao tráfico internacional de cocaína.

As investigações acerca desse caso começaram em fevereiro de 2021, depois que um jato executivo de uma empresa de Portugal pousou em Salvador e foi encontrado, em sua fuselagem, cerca de 595kg de cocaína.

Nesse cenário, pensou-se logo na possibilidade de uma organização criminosa que atuasse tanto no Brasil quanto em Portugal, o que logo se revelou verdade: além dos fornecedores da droga, o grupo também contava com mecânicos de aviação e auxiliares, transportadores e doleiros — entre eles, Nelma Kodama, que foi presa em Portugal em abril de 2022.

Mais detalhes sobre a vida da ex-doleira serão disponíveis no documentário 'Doleira: A História de Nelma Kodama', que chega à Netflix nesta quinta-feira, 6.