Uma pesquisa realizada pelos Estados Unidos pode colocar em dúvida a existência da personagem, revelando uma curiosa troca de identidades
Considerada a primeira médica mulher da história, a egípcia Merite Ptá pode nunca ter existido. É o que indica um novo estudo publicado no Jornal da História da Medicina. Interessado pela vida de Merite, o historiador Jakub Kwiecinsk, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, decidiu estudar a fundo a vida da pioneira.
Após meses de intensas pesquisas, o pesquisador encontrou o primeiro documento que se refere à médica. Elaborado por Kate Campbell Hurd-Mead, obstetra e pesquisadora, que em sua obra relatou a existência de uma tumba no Egito que carrega evidências da existência de Ptá.
De acordo com historiadores, a médica teria vivido por volta de 2700 a.C., no entanto, nenhuma outra pista que confirme sua trajetória foi localizada. O nome não aparece em nenhum documento do período, e nem está registrado entre as pessoas célebres da época.
Outro indício forte que pode se tratar de um mal entendido, é que o local onde o suposto filho da médica foi enterrado não era utilizado para sepultamentos na época em que ela estava viva. Nas investigações de Kwiecinsk, o pesquisador descobriu a possível existência de uma médica chamada Peseshet,que teria, inclusive, vivido antes mesmo da própria Merite Ptá. Na tumba do filho dessa mulher, estaria descrito como cargo de sua mãe “médica-chefe”.
Diante desse fato, a nova pesquisa acredita que ocorreu uma confusão com as identidades das duas médicas após as inscrições presentes no livro de Kate Campbell. Embora a provável existência de Peseshet prove que a ciência e a medicina não foram sempre áreas de predomínio masculino, estamos diante de uma nova lacuna na história da humanidade.