Nova vacina pode trazer enormes benefícios, prometendo reduzir custos e hospitalizações causadas pelo vírus que provoca vômitos e diarreia
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 23/10/2024, às 14h10
Uma nova era na luta contra o temido norovírus pode estar se aproximando. Pesquisadores iniciaram os primeiros testes clínicos da primeira vacina de mRNA do mundo contra o vírus, responsável por surtos de gastroenterite em todo o globo. A expectativa é que a vacina traga benefícios significativos tanto para a saúde pública quanto para a economia.
O norovírus é um vírus altamente contagioso que causa vômitos, diarreia e cólicas abdominais. Embora a maioria das pessoas se recupere em poucos dias, o vírus pode ser grave, especialmente para idosos, crianças e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Atualmente, não existe uma vacina aprovada contra o norovírus, e o tratamento se limita à reposição de líquidos.
A nova vacina, denominada Nova 301, está sendo desenvolvida pela Moderna e utiliza a mesma tecnologia de mRNA empregada nas vacinas contra a Covid-19. Essa tecnologia permite que o corpo produza proteínas virais, estimulando o sistema imunológico a criar anticorpos e, assim, proteger contra futuras infecções.
Os testes clínicos, que envolverão 25.000 adultos em diversos países, incluindo o Reino Unido, Japão, Canadá e Austrália, têm como objetivo avaliar a eficácia e segurança da vacina. Caso os resultados sejam positivos, a Moderna espera solicitar a aprovação regulatória em 2026.
O impacto potencial da vacina é enorme. Estima-se que o norovírus cause milhões de casos de doença e milhares de mortes anualmente em todo o mundo. No Reino Unido, por exemplo, o vírus gera custos significativos para o sistema de saúde e para a economia devido às perdas de produtividade.
Uma vacina eficaz contra o norovírus poderia prevenir surtos em hospitais, casas de repouso e escolas, além de reduzir a carga sobre os sistemas de saúde. Além disso, permitiria que as pessoas visitassem seus entes queridos em instituições de longa permanência com maior segurança.
Segundo o 'The Guardian', os pesquisadores envolvidos no estudo se mostram otimistas em relação aos resultados e acreditam que a vacina representa um avanço significativo no combate ao norovírus.
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