O extermínio dos Herero e Namaqua foi o primeiro morticínio do século 20, mas nunca recebeu tanta atenção como as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich
Muito antes do Holocausto, os alemães realizaram seu primeiro genocídio. Mas, diferente da outras atrocidades feitas contra a comunidade judaica, pouco se ouviu falar sobre as crimes cometidos contra o povo na Namíbia.
O massacre alemão visou duas nações africanas, os Herero e os Namaqua. Os colonizadores não poupavam esforços para destruí-los, entre as táticas estavam: envenenamento de água potável, açoitamento de crianças e realização de experimentos médicos nos prisioneiros.
Começo do massacre
Em 1880, as nações europeias começaram a transformar a África em posses coloniais. Essa corrida pelo poder teve um custo muito alto, principalmente nos lugares que resistiram a essa invasão. A parte da África que pertencia à Alemanha, hoje é a Namíbia. Os colonos afirmaram que usaria de todos os modos para manter seu território, inclusive massacrar uma nação inteira.
O povo Herrero liderou uma revolta para salvar seu território. Isso levou ao extermínio de 80% da população africana que lá residia. Os sobreviventes dos combates eram levados a campos de concentração.
O lugar que eram feitas as tortura se chamava Shark Island. Sob os cuidados macabros do Dr. Bofinger, os prisioneiros eram: decapitados; era injetado neles arsênico e ópio; e, muitos deles sofriam estupros e abusos.
Só um pequeno número de pessoas sobreviveu às atrocidades, e quando foram libertadas, estavam famintos e a ponto de morrer.
O contra ataque
Com 80% da população dizimada e sem terra, os Herero não queriam parar de lutar contra os colonizadores. Em 1904, liderados pelo chefe Samuel Maherero, um ataque surpresa matou pouco mais de 100 agricultores europeus, mas foram poupados missionários, mulheres e crianças. O foco era os donos de terra e a estação militar de Waterberg.
Assim que soube das notícias, o Kaiser Wilhelm II — que coordenaria as tropas alemãs durante a Primeira Guerra Mundial uma década depois — ordenou que tropas fossem enviadas para conter a rebelião. Pouco depois, o general Lothar Von Trotha voltou ao local com 14 mil soldados.
A justificativa para mais mortes era a que os africanos estavam focando sua raiva nas mulheres brancas indefesas, sendo isso apenas uma desculpa, já que os soldados Herero não feriram a população feminina que lá morava.
Como não tinham como combater o comboio alemão, os africanos fugiram para o deserto de Omaheke. A terra seca fez com que os sobreviventes morressem de sede e fome.
O povo Namaqua
O chefe da população Namaqua, Hendrik Witboi juntou-se aos Hereros para combater as tropas de Von Trotha. Apesar das tribos serem rivais, Witboi não queria a colonização alemã em seu espaço e decidiu se unir a tribo inimiga com o objetivo de acabar com as tropas estrangeiras.
A guerra durou dois anos, em muitas batalhas, os Namaqua saíram vitoriosos. Mas tudo acabou quando durante uma dessas lutas, o líder Hendrick caiu lutando. Seus esforços até hoje não foram esquecidos, tanto que seu rosto estampa a moeda da Namíbia.
Os três anos seguintes após o massacre, homens das duas tribos eram executados. As mulheres e crianças eram forçadas a trabalhar em projetos coloniais como ferrovias, docas e prédios. Muitas das construções ainda se encontram na cidade.
O legado deixado
Em 1945, após a barbárie que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas decidiu que tomaria medidas para que eventos como aqueles nunca mais acontecessem.
A ONU avaliou o massacre alemão sob a população africana como o primeiro exemplo de genocídio do século XX. As ordens do general Von Trotha fizeram com que três quartos da população herero fosse morta.
Ápos o extermínio a civilização que antes era de 80 mil, depois de todos os incidentes se resumiu a 15 mil refugiados famintos e sem terra.
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