Psicóloga reflete sobre jovens fanáticos por artistas
A cultura pop coloca em lugar sagrado os artistas. Mais do que fãs, seguidores se sentem partícipes das vidas de seus ídolos, e os colocam como verdadeiros modelos.
A psicóloga Maria Rafart explicou que quando o ídolo atinge em cheio um público adolescente, que ainda está construindo a própria identidade, o efeito é gigantesco: tudo o que se refere ao ídolo passa a ser prioridade.
“Segundo a teoria da Síndrome Normal da Adolescência, do psicanalista Mauricio Knobel, desta fase o ser humano busca diversos tipos de identidade. O adolescente procura ativamente grupos com os quais possam sentir pertencimento. Nada mais natural, portanto, do que encontrar interesses em comum sendo fãs do mesmo ídolo. É isto o que potencializa acompanhar fervorosamente a carreira deles”, disse Rafart.
No Brasil, estar cara a cara com um ídolo estrangeiro é coisa rara, pois as agendas de shows internacionais não contemplam nosso país com muita regularidade. Recentemente, a banda mexicana RBD, que foi um fenômeno absoluto nos anos 2000, e a cantora americana Taylor Swift anunciaram que suas respectivas turnês passariam pelo território brasileiro. O saldo foi uma multidão acampando em frente as bilheterias e uma fila virtual gigantesca para conseguir um lugarzinho para ver esses artistas de perto.
“O gatilho da escassez grita forte dentro dos fãs. E mesmo que já crescidos, antigos fãs na adolescência colecionam memórias de seus ídolos e elas ocupam um lugar de carinho em suas mentes. É natural, portanto, que haja tanto frisson na possibilidade de estar cara a cara com um ídolo, nem que seja no meio de milhares de pessoas num estádio de futebol”, falou a psicóloga.