Baseado em fatos, Invictus mostra um momento emocionante da trajetória da África do Sul, em que o esporte uniu pessoas historicamente separadas
Nesta terça-feira, 14, a Sessão da Tarde, da TV Globo, exibe o premiado filme "Invictus". Lançado em 2009, exibe uma história emocionante que mostra o esporte como ponte para ajudar pessoas a superarem suas diferenças.
A produção é baseada em eventos reais ocorridos na Copa do Mundo de Rúgbi de 1995, que foi sediada pela África do Sul. Um detalhe importante é que, na época, o país era recém-saído do Apartheid, um regime de segregação racial que havia perdurado por décadas no local, tendo sido abolido somente em 1991.
Assim, a nação ainda vivia as consequências desse período conturbado. Existia muita tensão entre a população branca do território, que era minoritária e concentrava a riqueza, e a população negra, que formava a maioria.
O rúgbi, em particular, era visto como um esporte separatista: isso, pois, era jogado principalmente por brancos, sendo considerado um símbolo do domínio racista. Tanto é que, segundo relatado pelo portal The Cinemaholic, a plateia que preenchia as arquibancadas desses jogos muitas vezes torcia para o time adversário como uma demonstração de desprezo.
Nelson Mandela, no entanto, que era então o presidente sul-africano, viu na Copa Mundial do Rúgbi uma oportunidade de unir os cidadãos do país. Para tanto, ele chamou o jogador Chester Williams para integrar o "Springbooks", time nacional de rúgbi da África do Sul — que, até então, era exclusivamente composto por atletas brancos.
Williams, por sua vez, era negro, e, a princípio, o público duvidou de sua capacidade em campo, imaginando que sua presença ali era só uma manobra política vazia. Rapidamente, porém, o jogador foi capaz de provar seu talento, ajudando o Springbooks a conquistar o título mundial naquele ano.
Em Invictus, o atleta negro em meio aos brancos é interpretado por McNiel Hendriks, e Mandela é vivido pelo famoso Morgan Freeman — cuja atuação foi muito elogiada por simular muito bem os trejeitos do presidente sul-africano.
O jogador, que protagonizou um dos momentos mais importantes da história de sua nação, em que uma arquibancada formada por negros e brancos se uniu para torcer para o time nacional de rúgbi, se tornou um herói frente à população da África do Sul.
Conforme relembrado por uma matéria do UOL, a atuação de Chester Williams foi decisiva para aquela vitória de 1995, em particular na última disputa, que foi contra a equipe da Nova Zelândia. Vale apontar ainda que ele jogava na posição de ponta.
Williams se aposentou do esporte seis anos mais tarde, em 2001, mas prosseguiu envolvido com o rúgbi, inclusive assumindo o cargo de treinador dos Springbooks. Infelizmente, o homem faleceu ainda jovem: ele tinha apenas 49 anos quando veio a óbito devido a um ataque cardíaco no ano de 2019.