123 mulheres, de idades entre 14 e 23 anos, foram vítimas do fogo em um episódio que deu origem a lenda do Dia das Mulheres
Thiago Lincolins // Atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 25/03/2021, às 11h54 - Atualizado em 08/03/2023, às 20h04
Por volta das 16h40 de 25 de março de 1911, um violento episódio marcaria a história da industrialização americana. Apesar de ser um sábado, a fabricante de roupas femininas Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, funcionava normalmente com cerca de 500 funcionários, sendo a grande maioria do quadro composto por jovens imigrantes italianas, irlandesas, judias, como informou o Online Journal.
No entanto, o início de um foco de incêndio foi responsável por, não apenas parar as atividades do local, como acometer os funcionários em massa; posteriormente, o laudo técnico apontou que uma bituca de cigarro descartada em uma lixeira de madeira iniciou o fogo em um local repleto de tecidos altamente inflamáveis.
Pior ainda foi, em meio as toneladas de panos, o procedimento da empresa para a segurança dos materiais; haviam seguranças que revistavam as bolsas das funcionárias antes de suas saídas para verificar se levavam alguma matéria prima para a casa. Após a averiguação, a porta era aberta e a colaboradora liberada.
De acordo com a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), os seguranças notaram o risco, mas não apenas mantiveram as saídas trancadas, como escaparam por elas, deixando o prédio trancado com centenas de funcionários dentro. Foi o suficiente para iniciar uma carnificina.
As pessoas que optaram por subir a torre ao invés de descer ficaram encurraladas, mas ao menos, não sufocaram nas chamas intensas que acometeram o oitavo, nono e o décimo andar. As escadas, completamente ocupadas, começaram a ceder, derrubando dezenas de pessoas — algumas fatalmente. A temperatura foi tão alta que até mesmo o elevador derreteu, impossibilitando qualquer descida.
A chegada dos bombeiros foi rápida, mas não haviam escadas longas o suficiente para alcançar os andares altos, restando apenas a queda pela janela, pelo fosso do elevador ou, na pior das hipóteses, ser carbonizado pelas chamas, como registrou a emissora americana PBS.
Na época, o Milwaukee Journal relatou 62 mortes apenas em quedas de pessoas que tentavam escapar do alto calor, porém, o número total foi ainda mais assustador; 146 pessoas, tendo 123 delas mulheres, faleceram por ferimentos do impacto direto, por asfixia pela inalação de carbono, ou sendo carbonizadas.
Os registros empregatícios apontavam que as jovens trabalhavam 9 horas por dia de segunda a sexta, trabalhando duas horas a menos nos sábados, em troca de um pagamento semanal entre 7 e 12 dólares (aproximadamente US$ 174 e US$ 299 nos dias atuais com correção da inflação). No entanto, o pagamento indenizatório atribuiu cerca de US$ 75 dólares (hoje equivalente a US$ 1,8 mil) para cada família de vítima fatal, como acrescentou a PBS.
Os fundadores da companhia, Isaac Harris e Max Blanck, acabaram ganhando mais do que as vítimas com o seguro do local; US$ 60 mil dólares (hoje equivalente a US$ $1,4 milhões), cerca de US$ 400 dólares por cada funcionário que se acidentou. O desamparo trágico foi um marco do industrialismo, que também é alvo de uma lenda sobre um marco feminista.
Apesar de não dar origem ao Dia Internacional da Mulher — que é fixado em 8 de março e foi sugerido pela primeira vez em 1857 — é constantemente relacionado a um falso contexto de que o incêndio foi criminoso após uma greve feminina, como informamos em reportagem anterior.
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