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Matérias / Crimes

Noite de crime: Os 38 anos do massacre de Wah Mee, em Washigton

Conheça o desfecho sangrento do plano elaborado por um jovem endividado

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/02/2021, às 00h00

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Após o massacre - Divulgação/ Foto do Departamento de Polícia de Seattle coertesia Todd Matthews
Após o massacre - Divulgação/ Foto do Departamento de Polícia de Seattle coertesia Todd Matthews

O Wah Mee era um clube frequentado por pessoas ricas que gostavam de apostar em jogos de azar de alto risco. O local ficava em Chinatown, distrito da cidade norte-americana de Seattle. Já faz algumas décadas, todavia, que o local está fechado. 

O incidente que levou ao fechamento de Wah Mee não teve nada de ordinário, como irregularidades fiscais ou falência: o motivo pelo qual o clube precisou parar de funcionar foi um massacre brutal que deixou 14 vítimas fatais. 

O estabelecimento possuía então cerca de 60 anos de história, abrindo às portas no início dos anos 20, e só se mantendo aos longos dos anos por conta do suborno de policiais, uma vez que os jogos praticados no local eram proibidos. 

O tiroteio 

O crime que levou ao fim de um dos mais famosos clubes de Chinatown foi motivado por uma dívida de jogo. 

Foto da fachada abandonada de Wah Mee em 2007 / Crédito: Wikimedia Commons 

Kwan Fai Mak, também conhecido como Willie, tinha 22 anos de idade e era filho de imigrantes chineses. O rapaz trabalhava em um dos clubes da região, e ao arriscar sua sorte teve resultados que o deixaram extremamente endividado.  

Para tentar pagar o que devia o jovem sino-americano elaborou um plano perigoso. Decidiu assaltar o Wah Mee. Para tanto, chamou outros dois conhecidos: o primeiro deles era Benjamin, um colega de escola que já havia se envolvido com atividades criminosas no passado. Já o segundo era Wai-Chiu, que também era chinês-americano, e trabalhava no restaurante da família. 

O trio invadiu o histórico clube na noite de 18 de fevereiro de 1983, munidos de armas de fogo e fios de náilon. Eles amarraram e roubaram 15 vítimas. Se tudo tivesse parado aí, todavia, esse não teria sido um massacre

Porém, em seguida, Mak e Benjamin abriram fogo contra os clientes do Wah Mee que haviam acabado de roubar. Em meio à confusão, uma das vítimas conseguiu se desamarrar e fugir. Seu nome era Wai Chin, ele tinha 62 anos e era um traficante de um jogo de apostas que utilizava o dominó chinês. 

Após o episódio 

O senhor que sobreviveu ao tiroteio foi capaz de identificar todos os três jovens assaltantes, que passaram por julgamentos fortemente cobertos pela imprensa da época. Mak e Benjamin foram presos poucas horas após o crime, sendo ambos condenados à prisão perpétua por conta dos assassinatos pelos quais haviam sido responsáveis. 

Wai-Chiu passou quase dois anos completos foragido, escondendo-se na Chinatown do Canadá. Posteriormente, foi localizado e extraditado de volta para os Estados Unidos, porém como não atirou em ninguém durante o assalto, foi considerado culpado apenas por roubo e agressão. 

Assim, o terceiro jovem também recebeu pena perpétua, porém a sua tinha a possibilidade de mudar para o regime de liberdade condicional, em que o preso começa a poder deixar a cadeia de vez em quando. A despeito disso, em todas as cinco vezes que o sino-americano buscou sua condicional, ela lhe foi negada pelo tribunal. Ele foi afinal liberado em 2014, e imediatamente deportado para Hong Kong.