Partes de corpos mumificados, cadáveres de animais, amuletos e sarcófagos — são mais de 700 artefatos egípcios acumulados pela família imperial
Durante a primeira metade do século 19, tornou-se comum o interesse por artefatos antigos que remontassem ao Egito Antigo. A prática de colecionar esses itens, no entanto, não ficou restrita à Europa — no Brasil, a família imperial também participou da moda e chegou a acumular o maior acervo egípcio da América Latina.
Foi em 1826, quando o comerciante italiano Nicolau Fiengo chegou ao Rio de Janeiro, que a coleção teve seu início. Ele trouxe peças que haviam sido encontradas na necrópole de Tebas no Egito, pelo explorador Giovanni Battista Belzoni. Ao chegar ao nosso país, toda coleção fez parte de um leilão no Rio de Janeiro. Dom Pedro I comprou tudo — cinco múmias humanas inteiras.
Eram três adultos e duas crianças embalsamados, guardados dentro de seus sarcófagos e sudários. Em duas dessas tumbas, estão gravados os nomes das pessoas que tiveram seus cadáveres eternizados pela técnica: Harsiesi e Hori.
Além dessas, o imperador adquiriu outra múmia: Kherima, Princesa Kherima ou Princesa do Sol. Datada dos séculos um a três, ela era uma mulher pertencente a região de Tebas, localizada na Grécia, durante o Período Romano.
Mas foi Dom Pedro II que levou a fama da icônica coleção egípcia. Durante sua segunda viagem pelo Oriente Médio, em 1876, o então imperador brasileiro passou um tempo no Egito, cuja história era um tema que o fascinava. Como líder de Estado, ele foi acompanhado pelo então vice governante do protetorado otomano do Egito, Ismail Paxá.
Durante a viagem, discutiu sobre as maravilhas do local, e conseguiu fazer uma incrível troca: ao dar ao político uma obra sobre a história do Brasil, o monarca foi presenteado com um sarcófago contendo uma múmia.
O item foi levado para o Palácio de São Cristóvão, onde passou a compor a coleção particular do rei. As inscrições dos hieróglifos na superfície do sarcófago, objetos de estudo do imperador, marcavam o nome da antiga mulher mumificada: Sha-Amun-en-su, uma importante sacerdotisa-cantora do Terceiro Período Intermediário do Egito.
Além dessas famosas múmias, são mais 700 objetos que integram o acervo egípcio da família real brasileira que iria se tornar o maior do continente. Além dos corpos humanos mumificados, partes de múmias, cadáveres de animais, amuletos, sarcófagos vasos canopos e esquifes. A maioria está datada do Período Intermediário e da Baixa época egípcio, por volta de 1069 a 556 a.C.
A maioria dos artefatos passaram a ser expostos no Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro. No entanto, muitas delas foram perdidas em setembro de 2018, quando um incêndio se alastrou pelo Palácio do Alto da Boa Vista, destruindo boa parte do acervo. A tragédia acabou com uma importante jornada iniciada em 1826.
+Saiba mais sobre o tema por meio das obras disponíveis na Amazon
O Enigma das Múmias. Segredos Históricos da Arte da Mumificação nas Civilizações Antigas,
Egípcios, John Guy (2002) - https://amzn.to/3ajUUYc
Archivos Do Museu Nacional Do Rio de Janeiro,
Memória Compartilhada : Retratos Na Coleção Do Museu Histórico Nacional, Museu Nacional do Brasil (2004) - https://amzn.to/2U7DkkI
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du