Muitos tentaram tirar sua centralidade na corte francesa, incluindo seu marido, mas ninguém abalou essa importante figura da monarquia
Margarida de Valois foi uma das mais icônicas rainhas da Europa, símbolo da sede de poder e subversão dos padrões patriarcais da época. Filha da também controversa Rainha Catarina de Médici, esposa do Rei da França, ela era uma pessoa com amor pela vida e ódio às repressões. Desde criança, a futura rainha foi criada para ser uma mulher forte, sendo disciplinada pela mãe nas artes da política, diplomacia e até a guerra.
Considerada uma mulher muito bonita, Margarida também projetava os próprios vestidos e chegou a ser uma estilista de moda muito requisitada entre as cortes europeias. De gênio forte, ela não se acostumou bem com a tradição nobiliárquica de casamentos arranjados para a manutenção do poder, o que gerou um atrito familiar.
A principio, Margarida ia se casar com Carlos, filho de Felipe II da Espanha, por influência da mãe. Porém, essas negociações tomaram longo tempo e não tiveram sucesso. Nesse momento de espera, a princesa teve um caso amoroso com Henrique, filho do duque de Guise. Segundo especulações, o romance foi descoberto por Catarina em um flagra na cama, o que irritou a rainha e levou à expulsão do jovem da corte.
Novas negociações levaram Margarida a se casar com Henrique de Navarra, um primo distante. Preocupada com o destino da dinastia, que estava em decadência, o matrimônio foi organizado pela Rainha Catarina, que perdera os três herdeiros. A cerimônia ocorreu em 1572, mas não possibilitou a origem de um novo sucessor: sem conseguir evitar, Henrique de Navarra tornou-se o primeiro rei da França da dinastia Bourbon. Porém, com influência muito forte de Margarida, considerada a última monarca dos Valois.
O caso também foi um escândalo religioso gigante, pois, o casamento ocorreu dias após o massacre de São Bartolomeu (morte de diversos protestantes em Paris), e Henrique e Margarida eram, respectivamente, huguenote e católica. O casamento era fadado ao fracasso: infelizes, eles fugiram para os Pirineus, onde podiam agir naturalmente. A situação era tão extrema que ambos tinham amantes, com conhecimento do cônjuge.
Isso mudou em 1582, quando o casal retornou a Paris por conta de uma doença que atingiu Margarida. Mesmo assim, ela continuou se aproveitando de um forte poder e grande riqueza que tinha, mesmo sem amar o marido. Porém, o poder que Margarida concentrava levou a um impasse com o parceiro: ela influenciava demais a política, agia de maneira independente e confrontava a posição do rei. Por isso, ficara presa por 18 anos, devido pressões da corte francesa.
Nessa situação, Henrique decidiu se divorciar de Margarida. Mas, por questões dinásticas, o rei foi obrigado a mante-la ou perderia seu poder. Popular e conhecida, era um processo muito delicado removê-la dos círculos de influência, o que fez com que a monarca tivesse poderes até a morte, em 1615, mesmo que no fim da vida tivesse se dedicado mais a si mesma.
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