A frase virou ditado usado até hoje para criticar qualquer governante insensível
"Se não têm pão, que comam brioches!”. Ela teria sido dita por Maria Antonieta durante sua coroação, em 1774, quando soube que o povo das províncias francesas não tinha pão para comer. Tudo isso, porém, não passa de lenda.
É consenso entre os historiadores que a rainha nunca disse a frase, que acabou sendo usada contra ela durante a Revolução Francesa. Mas como é que esse dito foi parar na boca de Maria Antonieta? A pista mais provável vem do livro Confissões, do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, publicado pela primeira vez em 1778.
Lá ele diz: “Recordo-me de uma grande princesa a quem se dizia que os camponeses não tinham pão, e que respondeu: ‘Pois que comam brioche’”. Os registros históricos disponíveis, entretanto, mostram que, na época de sua coroação, Maria Antonieta se preocupava com a situação dos pobres.
Numa de suas cartas à mãe, ela chega a comentar o alto preço do pão. E acrescenta: “Tendo visto as pessoas nos tratarem tão bem, apesar de suas desgraças, estamos ainda mais obrigados a trabalhar pela felicidade deles”.Outra controvérsia, que não tem nada a ver com Maria Antonieta, envolve as origens do protagonista da discórdia, o brioche.
Com características mistas de pão e bolo, ele pode ser servido com coberturas e recheios doces ou salgados. Há quem diga que o brioche nasceu na Normandia (norte da França). Mas outras fontes apontam raízes austríacas, como as da família da rainha.