A morte do líder do The Doors foi marcada por um passado de abusos em meio ao sucesso do rock progressivo
Nascido James Douglas Morrison, o músico norte-americano se tornou mundialmente famoso pela voz arrastada, grave e melódica, que embalou os hits de uma das principais bandas de rock da história, o The Doors — não apenas isso, se tornando conhecido pelo apelido de Jim, que obteve ainda na adolescência.
Nesse mesmo período de sua vida, contrastava seu exemplar engajamento com a literatura e artes com a vida boêmia que aprendeu na faculdade e, no auge do sucesso, a integrou como estilo de vida, levando suas poéticas composições para milhares de pessoas em palcos pelos EUA — mesmo que, para isso, promovesse a baderna e até crimes.
A vida de excessos, no entanto, o fez integrar o emblemático ‘Clube dos 27’, sendo um dos primeiros artistas a falecer nessa idade, mas eternizando seu legado na cultura pop, com a mistura de acordes de guitarra, sintetizadores e temas místicos.
Conforme reportamos anteriormente, após duas detenções por problemas na faculdade — desde bêbado em público até confessar um assassinato de uma pessoa que não havia morrido — Morrison se tornou uma figura conturbada do grupo; com uso intenso de drogas e álcool, foi detido mais três vezes.
A primeira, em 1967, por incitar motim contra a polícia durante um show; a segunda, no ano seguinte, simulando usar um baseado de maconha no palco; e, por último — e mais lembrado como "episódio de Miami" em 1969 — se despindo e orientando a plateia a ficar nua da mesma maneira, resultando em vários fãs presos juntos do músico.
Contudo, a fama de problemático resultou em contrastes da imprensa e produtores, que passaram a recusar a contratação de shows. Além disso, a saúde do cantor começava a se deteriorar com problemas psicossociais, tendo como exemplo sua última prisão, durante um hiato da banda, quando impediu um homem de pegar o jornal na porta de casa, enquanto estava embriagado.
Em 1970, o cantor decidiu fazer uma desintoxicação fora do país-natal, se mudando para Paris, na França, com a companheira Pamela Courson, com quem nutria um relacionamento aberto desde antes da fama internacional. A mudança, no entanto, não foi eficiente, com a jovem encontrando Jim morto, seis meses depois.
Desacordado na banheira do apartamento, a polícia concluiu a investigação sem autópsia, compreendendo apenas pela cena do óbito que tratava-se de uma morte acidental, sem marcas de interferência externa, consumando o óbito na manhã de 5 de julho de 1971.
O Daily Mail acrescentou, em 2007, que a possibilidade mais provável é relacionada ao histórico de asma do cantor, que teria combinado o remédio Marax, para auxiliar no problema pulmonar, junto de bebidas alcóolicas, causando um choque no metabolismo.