Conheça 5 fatos sobre o projeto que colocou medo na NASA e se tornou uma mancha das atividades aeroespaciais soviéticas
1. Equipe de última hora
Buscando reestabelecer a imagem das missões espaciais da União Soviética, a Soyuz 11 fazia questão de que o seu lançamento ocorresse no dia correto com as pessoas perfeitas, independente de qualquer fator externo. A equipe original escalada para a missão consistia em Valeri Kubasov, Alexei Leonov e Pyotr Kolodin.
Escolhidos a dedo durante meses de testes, foram avaliados para o equilíbrio de funções da nave e até mesmo questões anatômicas e psicossociais. O engenheiro de voo Valeri Kubasov, entretanto, acabou apresentando problemas de saúde dias antes da partida, deixando a missão suspensa até a identificação dos sintomas.
Ao ser diagnosticado com tuberculose, o integrante e os dois outros passageiros foram descartados, visto que a condição poderia acometer a todos na nave e prejudicar sua realização. Com a mudança, foi escalada equipe de apoio, que era liderada pelo engenheiro de voo Vladislav Volkov, que estava em sua segunda missão, e pelo comandante Georgy Dobrovolsky e o engenheiro de testes Viktor Patsayev, que estariam pela primeira vez no espaço.
2. Quase tragédia no primeiro dia
Em 6 de junho de 1971, a nave estava disposta no deserto de Baikonur, no Cazaquistão, pronta para ser lançada ao espaço e acoplada com a sonda Soyus 7K-KS, atracando somente no dia seguinte. Um susto, no entanto, chamou a atenção da tripulação pelo risco de um grave mal funcionamento do principal mecanismo de análise da missão.
Além do mais, durante a viagem, os cosmonautas se depararam com a sonda completamente esfumaçada, com a maioria de seus circuitos queimados, o que poderia explodir ou desativar a qualquer momento a nave. Para precaver o risco, realizaram a manutenção do sistema de ventilação e, assim, conseguiram dar prosseguimento aos protocolos da missão.
3. Cheio de perigos
Diversos equipamentos presentes na nave ainda estavam sendo testados pela agência espacial soviética, sendo levados a caráter experimental. As ferramentas, no entanto, causaram diversas instabilidades aos passageiros, pondo em risco suas vidas. A esteira ergométrica, por exemplo, a qual os cosmonautas eram obrigados a utilizar duas vezes ao dia, causava uma aterrorizante vibração na nave.
As transmissões de TV também tomavam grande parte da atividade computadorizada do veículo, comprometendo por horas o retorno de seu funcionamento. No décimo primeiro dia da expedição, o susto maior ocorreu: um incêndio estourou dentro estação, o que poderia tomar a nave com poluentes ou romper algum mecanismo de oxigênio, mas o fogo acabou sendo rapidamente contido pelos membros.
4. A triste volta para a Terra
O foguete parecia ter reentrado de maneira perfeita no plante-natal, no dia 30 de junho de 1971, retornando ao Cazaquistão, exatamente no local planejado. Ao verificar a atividade humana, no entanto, as batidas na lataria não obtiveram resposta. Com a escotilha aberta, foi possível notar que os cosmonautas estavam sem vida, com lesões de dentro para fora.
Com manchas azul-escuras no rosto e sangue nos narizes e ouvidos, os corpos quentes apontavam uma morte por asfixia, causada após uma falha que resultou na abertura de uma válvula responsável pela contenção da pressão, deixando a mesma zerada por aproximadamente 15 minutos. O trágico pouso fazia o sangue dos membros borbulharam como se estivessem fervendo, além de rasgar seus pulmões com a despressurização.
5. Enterro honroso
Apesar de uma polêmica discussão sobre a divulgação governamental de um vídeo onde a equipe de suporte realiza ressuscitação cardiopulmonar com os cosmonautas já mortos, seus corpos se mantiveram bem conservados, podendo ser velados com honrarias de estado. O funeral, realizado na Praça Vermelha, em Moscou, angariou uma multidão para o último adeus dos heróis aeroespaciais.
Enterrados nos muros do Kremilin, os astronautas foram carregados por oficiais do governo, membros da agência aeroespacial e algumas figuras notáveis, como o astronauta estadunidense Tom Stafford, instalado na Alemanha Ocidental para testes norte-americanos, sendo enviado pela NASA como uma forma de prestar condolências aos colegas de profissão.
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