Uma pesquisa de 2016 investigou a gigantesca estrutura egípcia
O Egito é conhecido por abrigar alguns dos tesouros do passado que mais intrigam historiadores e turistas, que saem de vários lugares ao redor do mundo para visitá-los. Os monumentos deixados pela civilização antiga são motivo de fascínio para todos.
Segundo estimativas de 2008 do jornal estadunidense The New York Times, existem cerca de 138 estruturas desse tipo no país africano atualmente, deixadas pelos antigos egípcios enquanto estes governavam o território com grandeza.
Muitas dessas pirâmides e esfinges ganharam repercussão e tornaram-se símbolos da nação, estimulando o turismo internacional e possibilitando o estudo de arqueólogos e paleontólogos que se interessam pelo passado da região.
As mais famosas delas são inegavelmente as três pirâmides da Necrópole de Gizé, localizada no Grande Cairo. Elas impressionam primeiro pelo tamanho, mas também pelos mistérios que as cercam e estudos que continuam decifrando muitos de seus mistérios.
Cientistas do Glen Dash Research Foundation e do Ancient Egypt Research Associates (AERA) revelaram, em 2016, que uma das estruturas de Gizé é torta — embora a construção imponente não nos deixassem nem cogitar essa possibilidade.
Eles foram responsáveis por investigar a pirâmide de Quéops, também conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé, considerada pelos pesquisadores como a mais antiga e maior de todo o conjunto da necrópole.
A construção teria sido projetada ao longo de 20 anos e originalmente, tinha cerca de 146,5 metros. No entanto, erosões e atos de vandalismo fizeram com que ela chegasse a medir em torno de 138,8 metros, tamanho que está atualmente.
Ainda assim, a pirâmide é considerada a única a manter-se em grande parte intacta, visto que as outras duas estruturas, que também são consideradas como algumas das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, foram ainda mais danificadas ao longo dos anos.
De acordo com os pesquisadores, a pirâmide de Quéops acabou ficando torta por um erro de construção que ocorreu há cerca de 4.500 anos. A conclusão do estudo é que a base da estrutura teria um lado 14 centímetros maior do que o outro.
A base da Grande Pirâmide acabou não sendo um quadrado perfeito em decorrência do mau planejamento da obra. Assim, o lado oeste terminou um pouco maior que o leste.
As conclusões foram obtidas por meio de uma investigação que mediu grande parte da pirâmide e, ao final da medição, usaram uma técnica intitulada de regressão linear para definir a diferença entre os lados da base.
Como a hipótese era de que as pedras de calcário que revestiram a construção acabaram se dissipando com o tempo, revelando a pirâmide que conhecemos hoje, os cientistas passaram a procurar pelas marcas na base onde essas pedras teriam sido colocadas.
Eles descobriram que um lado media 230,295 x 230,373 metros, enquanto o outro tinha 230,378 x 230,436 metros. A partir disso, foi possível entender que a base da pirâmide tinha uma diferença de 14,1 centímetros em comparação aos lados da base.
Embora a diferença seja mínima, os pesquisadores apontaram que a pesquisa rompeu com a ideia de que Quéops é uma estrutura simétrica. Foi ressaltado, porém, o fato de que os antigos egípcios conseguiram alcançar essa simetria com as ferramentas da época.
“Esperamos descobrir como os egípcios ergueram as pirâmides com esta precisão e, ao fazermos isso, esperamos descobrir mais sobre as ferramentas e a tecnologia usada na época”, escreveu Gleen Dash, pesquisador líder da instituição que leva seu nome na época da descoberta.