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Matérias / Gladiador 2

Gladiador 2: Até que ponto o filme se baseia na história real romana?

Após 24 anos desde o sucesso de Gladiador (2000), a sequência do diretor britânico Ridley Scott chega aos cinemas brasileiros em 14 de novembro

Redação Publicado em 06/11/2024, às 19h00

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Paul Mescal e Pedro Pascal em "Gladiador 2" - Divulgação/Paramount Pictures
Paul Mescal e Pedro Pascal em "Gladiador 2" - Divulgação/Paramount Pictures

Após 24 anos desde o sucesso de Gladiador (2000), a sequência de Ridley Scott chega aos cinemas brasileiros em 14 de novembro de 2024. O primeiro filme, estrelado por Russell Crowe e Joaquin Phoenix, arrecadou cerca de US$ 460 milhões e ganhou cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator.

A trama de Gladiador II se passa 20 anos após os eventos do original, com Lucius (Paul Mescal), agora adulto, se tornando um gladiador implacável. O filme segue a jornada dele após ser capturado pelos exércitos dos co-imperadores Caracalla (Fred Hechinger) e Geta (Joseph Quinn), liderados pelo general Marcus Acacius (Pedro Pascal), na Numídia, África do Norte.

Denzel Washington interpreta Mercius, um ex-escravo que se torna um mercador rico e tem seu próprio rancor contra os imperadores, com uma figura semelhante à de Proximo, do primeiro filme.

Embora Gladiador II seja um blockbuster esperado, a grande questão é até que ponto o filme se baseia na história real e quem foram as figuras que inspiraram os personagens e eventos da eletrizante trama.

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Paul Mescal em "Gladiador 2" / Crédito: Divulgação/Paramount Pictures

Caracalla e Geta

Segundo informações do site Esquire, Caracalla e Geta eram irmãos cujas vidas foram marcadas por intensa rivalidade, lembrando a história bíblica de Caim e Abel. Caracalla, conhecido por sua tirania sanguinária, foi coimperador com Geta após a morte de seu pai, Septímio Severo, em 211 d.C.

No entanto, Severo cometeu o erro de não definir uma divisão clara de governo, o que resultou em um conflito constante entre os irmãos. Durante os dois anos em que governaram juntos, o ciúmes e a rivalidade entre eles chegaram ao auge.

Caracalla mandou assassinar Geta, que morreu nos braços de sua mãe. Após isso, ele tentou apagar a memória do irmão, removendo sua imagem de todas as obras públicas e matando seus apoiadores.

Esses eventos estão refletidos no filme, onde a rivalidade entre os irmãos e a luta pelo poder é uma trama central, com Caracalla tomando medidas drásticas para garantir sua supremacia.

Apesar de algumas ações positivas, como a concessão de cidadania romana a todos os homens livres, seu reinado foi marcado por tirania. Ele mandou massacrar cidadãos de Alexandria em resposta a uma sátira, assassinou senadores e destruiu a economia do império, segundo o site. No filme, a brutalidade e a imprevisibilidade dele são retratadas de forma a mostrar sua falta de escrúpulos e suas ações violentas em nome do poder.

A morte de Caracalla foi tão brutal quanto sua vida: aos 29 anos, foi esfaqueado por um soldado. Este fim trágico também é retratado no filme, com a morte  simbolizando o fim de um tirano implacável, embora o enredo do filme foque  nos aspectos da sua liderança e do impacto de suas ações no império.

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Geta morrendo nos braços de sua mãe / Créditos: Wikimedia Commons via Jacques Pajou/Stuttgart - Germany

Lucila e Lúcio

No primeiro Gladiador,Lucila, interpretada por Connie Nielsen, é a filha do imperador Marco Aurélio, envolvida em um triângulo amoroso desconfortável entre seu irmão, Cômodo, e seu antigo amante, Máximo.

No entanto, segundo o site, a trama do novo filme apresenta uma discrepância histórica importante: Lucila morreu seis anos antes de Caracalla nascer, o que não bate com a linha do tempo do filme.

Nascida na nobreza de Roma, Lucila foi educada para uma vida de  importância política. Aos 11 anos, foi casada com Lúcio Vero, o coimperador de seu pai, uma aliança política para consolidar o poder.

Com a morte prematura de seu marido, ela ficou viúva e perdeu parte de sua influência, no entanto, sua linhagem ainda a tornava uma peça importante no jogo político romano.

Quando seu irmão, Cômodo, assumiu o trono, Lucila, preocupada com a instabilidade de seu governo, tentou organizar uma conspiração para assassinar o imperador e proteger Roma. No entanto, a trama foi descoberta, e ela foi exilada para a ilha de Capri.

Isolada e sem poder, Lucila acabou  assassinada por um agente de Cômodo, o que reflete a brutalidade de sua época e o destino trágico de muitos membros da família imperial.

No primeiro filme, embora sua morte não seja retratada com total precisão histórica, a personagem de Lucila e sua luta contra a tirania de Cômodo são elementos centrais que ilustram a tensão entre os membros da família imperial e as conspirações políticas da época.

Já a representação de Lúcio, o protagonista do novo filme, é uma grande liberdade criativa, já que o verdadeiro morreu antes de Cômodo se tornar imperador. Seu nome completo era Lúcio Vero II, filho de Lucila e Lúcio Vero, coimperador de Marco Aurélio.

Ele tinha duas irmãs e um irmãozinho chamado Pompeiano, do segundo casamento de sua mãe. Lúcio e suas irmãs faleceram jovens. Pompeiano, por outro lado, sobreviveu e, mais tarde, se tornou soldado e senador.