Conhecida como a primeira atriz negra de sucesso em Hollywood, a artista teve uma vida cruel, cheia de amores frustrados
Ruby Dandridge sempre foi apaixonada pelos palcos. Ela sentia que nascera para o show business e queria viver do seu talento. Quando teve duas filhas, então, sentiu que deveria colocar as meninas no mesmo caminho.
Foi assim que Vivian e Dorothy Dandridge cresceram, sempre abaixo dos holofotes brilhantes de Hollywood. Apenas uma delas, entretanto, seguiu os passos da mãe e montou sua própria carreira artística.
Dorothy Dandridge revolucionou o cenário artístico da década de 1950. Seja como cantora, atriz ou dançarina, a norte-americana subverteu os conceitos racistas da época. Sua vida, no entanto, não contou apenas com momentos brilhantes.
Infância nos palcos
Dorothy nasceu em novembro de 1922, em Cleveland, Ohio. Com os pais separados antes mesmo de seu nascimento, a menina cresceu ao lado da irmã, da mãe e de seu padrasto, Geneva Williams.
Quando as meninas ainda eram pequenas, Ruby criou um ato musical para as duas, a fim de guiar suas filhas até os palcos. Como produtor do show, no entanto, Geneva não era o melhor dos padrastos e, por vezes, era cruel e autoritário com as pequenas.
Sob o nome de The Wonder Children, as pequenas Vivian e Dorothy passaram grande parte da infância em turnê, cantando e dançando para desconhecidos. Ela só puderam frequentar a escola após a grande depressão de 1929.
Uma artista nata
Tendo desenvolvido seus dons artísticos desde criança, Dorothy pegou gosto pelos palcos, apesar da infância complicada, e seguiu a carreira artística. Em Hollywood, a jovem se engajou no ativismo negro e passou a lutar contra o racismo na indústria.
Em setembro de 1942, casou-se com o dançarino Harold Nicholas. Os dois haviam se conhecido em um noivado no Cotton Club e o amor hollywoodiano nasceu. Juntos, tiveram sua primeira filha, Harolyn Suzanne Nicholas, em setembro de 1943.
Quando a bolsa estourou naquele dia, contudo, Dorothy estava sozinha em casa, esperando por Harold, que jogava golfe com os amigos. Ela se recusou a ir para o hospital sem o marido — escolha que aumentou a complexidade do parto.
Durante o nascimento, Harolyn teve de ser puxada com o auxílio de pinças, o que resultou em danos cerebrais permanentes na menina. Dorothy nunca mais se desculpou pela deficiência da filha, causada pelo atraso no parto.
Relacionamentos infelizes
Como se a condição de Harolyn já não fosse o suficiente para a artista, Dorothy ainda tinha de conviver com a natureza de Harold. O divórcio, todavia, veio apenas em outubro de 1951.
Após o casamento infeliz, com a filha de 7 anos no colo, Dorothy conheceu o diretor Otto Preminger durante as filmagens de Carmen Jones, em 1954. A relação entre os dois durou quatro anos e a atriz engravidou mais uma vez.
Em 1955, com o bebê na barriga, Dorothy ouviu o impensável dos estúdios onde trabalhava. Para que não perdesse o emprego, ela foi obrigada a abortar seu segundo filho. A curta relação com Otto acabou logo em seguida, quando a artista percebeu que seu amante não pretendia deixar a esposa.
Enquanto sua vida amorosa parecia um desastre, Dorothy entrou para a história como a primeira mulher negra a ser indicada para o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em Carmen Jones, em 1954. Anos mais tarde, casou-se com Jack Denison, em 1959 — relação que acabou após alegações de violência, em 1962.
Um final amargo
Logo depois de sua terceira separação, Dorothy descobriu um rombo em suas finanças.
Sem saída, a atriz vendeu sua casa em Hollywood e colocou Harolyn em uma instituição mental do estado, na Califórnia.
No dia 8 de setembro de 1965, durante uma ligação confusa com a amiga Geraldine "Geri" Branton, Dorothy demonstrou estar deprimida e sem qualquer esperança. Antes de desligar, disse: "Aconteça o que acontecer, eu sei que você entenderá”.
Várias horas se passaram até que o agente Earl Mills encontrasse Dorothy em seu apartamento, nua e desacordada, aos 42 anos. Segundo legistas, ela teria morrido de overdose acidental do antidepressivo imipramina.
O Serviço Médico Legal do Condado de Los Angeles, contudo, afirmou que a grande artista teria sido vítima de uma embolia gordurosa, causada por uma fratura no pé. Dorothy Dandridge, após uma vida cansativa, frenética e cruel, foi cremada em 1965.
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