Documentário da Netflix mostrará a vida da rainha que usou da diplomacia e influência para manter a independência de seu povo
Em mais uma grande estreia para os amantes de temas e personagens históricos, a Netflix preparou um lançamento surpreendente para o mês de fevereiro: uma série documental sobre a ascensão da rainha Nzinga, de Angola. A produção retrará a vida de importantes e importantes rainhas africanas.
Através da mistura de dramatização e documentário, 'Rainhas Africanas: Nzinga' narra não só como a rainha chegou ao poder, mas também as traições familiares e rivalidades na vida pública que Nzinga encontrou. Com produção executiva de Jada Pinkett Smith, a série será lançada no dia 15 de fevereiro.
"Com produção executiva de Jada Pinkett Smith, chega uma nova série documental que retrata a vida de importantes e icônicas rainhas africanas. A primeira temporada será sobre Jinga, a cativante e destemida rainha guerreira de Dongo e Matamba, hoje Angola. No século 17, ela foi a primeira governante feminina do país. Jinga conquistou sua reputação por misturar habilidades políticas e diplomáticas com conhecimento militar, tornando-se um símbolo de resistência", diz a sinopse da Netflix.
Durante a colonização portuguesa na África, os africanos de língua bantu que viviam em Ndongo tinham mais preocupações, além dos lusitanos que chegavam. Eles tinham de se proteger dos jagas, um povo composto por guerreiros saqueadores.
Nesse meio tempo, o rei Jinga Mbandi criava sua filha, Nzinga Mbandi, para dominar as terras e, quando estivesse pronta, guiar seu povo pelo caminho correto. Em 1617, entretanto, o governante morreu e outra história foi escrita.
No lugar de Nzinga, quem assumiu o trono foi o segundo filho de Jinga, Kia Mbamdi. O novo rei, então, ordenou que o único filho de sua irmã fosse morto. Assim, sua coroa não seria ameaçada pelo concorrente, conforme repercutido pela SuperInteressante em reportagem.
Em 1624, todavia, uma grande crise atingiu o governo de Kia. Desesperado, ele pediu ajuda da irmã, que era uma grande estrategista militar, além de ótima diplomata. Mais do que capacitada, ela viajou para Luanda, a fim de negociar com os portugueses.
Feitas as negociações, a mulher voltou ao seu povo. Em Ndongo, ela percebeu que a diplomacia não fora de todo eficaz e que seu irmão estava perdendo terreno para os portugueses. Em pouco tempo, durante a mesma crise, Kia foi assassinado.
Assim, Nzinga se tornou rainha de Ndongo, a atual Angola. Em seus anos de trono, a rainha conseguiu superar toda e qualquer oposição, mostrando-se mais do que capaz de governar. Nzinga até garantiu a paz com os jagas, unindo-se a eles em uma inédita e bem-sucedida manobra política.
Diante do avanço da colonização dos portugueses, encarou a guerra e não abaixou a cabeça. A rainha liderou grupos de guerreiros e chamou atenção ao atuar como negociadora e estrategista. Também usou táticas de conflito e espionagem, conforme repercutido pela Fundação Palmares.
Nzinga foi uma das maiores governantes que a África já viu e manteve a independência de seu povo por décadas. Resistente e constante, a rainha morreu pacificamente, de forma natural, em 1663. Ela tinha 81 anos. Tamanha era a influência da rainha que foi apenas depois de sua morte que os portugueses dominaram as terras de Ndongo.