Trabalhando no bunker do Führer, a mulher viu cenas que nunca imaginou e escutou segredos que os Aliados adorariam saber
No dia 16 de janeiro de 1945, Adolf Hitler aceitou uma possibilidade que ele temia com todas as forças: a Alemanha poderia perder a guerra. Assim, com medo pela própria vida, o Führer mudou-se para seu bunker, construído em 1933.
Do local que ficou conhecido como Führerbunker, o líder austríaco emitiu alguns dos últimos comandos da Segunda Guerra Mundial. Dentro do esconderijo, inclusive, acompanhado por outros oficiais, Hitler casou-se com Eva Braun.
Muito da rotina durante os últimos dias do governante da Alemanha, no entanto, permaneceram um mistério até que alguém revelasse os segredos da época. Em 2005, Erna Flegel quebrou um silêncio de 60 anos durante duas entrevistas.
Mistérios e segredos
Dentro do bunker, Hitler conviveu com sua esposa e autoridades como Joseph Goebbels por alguns meses. Destacada pela Cruz Vermelha, a enfermeira Erna Flegel foi uma das profissionais escaladas para trabalhar no esconderijo durante o período.
Ao jornal alemão Berliner Zeitung e ao diário britânico The Guardian, ela contou como foi passar todo esse tempo ao lado do Führer. Em 2005, aos 93 anos, ela era uma das últimas pessoas ainda vivas que acompanharam Hitler em seus dias finais.
Essa foi a história que ela contou aos jornais, no quarto onde ela dormia em uma casa de idosos no norte da Alemanha. Além dela, o outro sobrevivente era o telefonista Rochus Mish, que se recusava a lembrar os terrores da Segunda Guerra Mundial.
Dia-a-dia de um ditador
Segundo Erna, Adolf Hitler era bastante seletivo com seus alimentos. No bunker, ele só comia — ainda que em pouca quantidade — verduras frescas trazidas direto da Holanda. Aos 56 anos, ele aparentava ser muito mais velho e estava bastante deprimido.
Nos últimos dias do ditador, Erna assistiu a rotina um homem paranoico, com cabelos brancos que despontavam em sua cabeça. Tamanho era seu desespero, que Hitler chegava a desconfiar das próprias cápsulas de cianeto — usadas em eventuais suicídios.
Mais tarde, aos agentes norte-americanos, a enfermeira contou que o Führer tinha pavor de que seus entes queridos caíssem nas mãos dos russos. Assim, ele chegou a exigir que uma injeção letal fosse administrada ao seu cachorro.
Membros de um bunker
Essas foram apenas algumas das muitas cenas vistas por Erna que, em silêncio, sentia desgosto por Eva Braun. "Ela não tinha nenhuma importância. Ninguém esperava muito dela. Era apenas uma jovem mulher. Não tinha a estatura para ser a esposa de Hitler", a enfermeira contou posteriormente aos Aliados.
Em sentido totalmente contrário, ela admirava Magda Goebbels, a esposa do Ministro da Propaganda alemão. "Era uma mulher inteligente, de um nível bem mais elevado que as demais pessoas", lembrou Erna, à época.
Quanto ao relacionamento entre o casal Goebbels, a enfermeira tinha suas ressalvas. "É difícil saber se ela [Magda] foi mais feliz [com o marido]", teorizou. "Goebbels tinha muitos casos. Não sei de detalhes. Eram fofocas."
Segundos para o fim
Aos jornais, em 2005, Erna afirmou que só tomou conhecimento da derrota na Segunda Guerra quando Hitler anunciou que se casaria com Eva. No dia 29 de abril de 1945, o Führer exigiu que todos formassem uma fila de despedida.
Um a um, Adolf Hitler apertou a mão de seus companheiros e, em silêncio, retirou-se aos seus aposentos. Na tarde do dia seguinte, o ditador atirou na própria cabeça. Eva, por sua vez, tomou uma dose de veneno.
No dia 1º de maio, Goebbels e sua esposa injetaram veneno nas veias de seus seis filhos — Erna não soube dizer o motivo. Em seguida, após mentirem para os jovens e tirarem a vida dos próprios herdeiros, o casal também se matou.
Em mãos aliadas
Outros seguidores de Hitler, como Albrecht e Von Below, cometeram suicídio logo depois do Führer, enquanto o general Burgdorff sobreviveu para assinar a rendição dos alemães. Erna, no entanto, teve um destino bem diferente.
Em maio de 1945, ela foi capturada pelos soviéticos e, sob a custódia da URSS, continuou trabalhando como enfermeira, cuidado dos soldados do Exército Vermelho. Em novembro do mesmo ano, foi interrogada pelo serviço secreto dos Estados Unidos.
Aos norte-americanos, ela não apenas contou sobre o suicídio de Hitler, como também afirmou que o corpo do Führer foi queimado por Kumpfecker, um médico da chancelaria. Após décadas de liberdade, Erna Flegel faleceu aos 94 anos, em 2006.
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