Descubra alguns detalhes intrigantes sobre os personagens e bastidores de 'Chaves' e 'Chapolin'
‘Chaves’ foi uma das séries televisivas mais assistidas de todo o Brasil e da América Latina, retratando o cotidiano dos habitantes do continente com muito humor e conquistando um público que sente carinho pelos seus personagens até os dias de hoje.
Isso porque os brasileiros — e latino-americanos no geral — foram cativados pelas figuras carismáticas criadas por Roberto Bolaños, a mente por trás da produção e de ‘Chapolin’, que chegaria um pouco depois mas também ganharia grande público.
Se ‘Chaves’ contou com mais de 300 episódios e ficou quase 10 anos no ar, e ‘Chapolin’, com suas sete temporadas ao longo de seis anos de transmissão na televisão, foi porque as duas séries foram algumas das maiores invenções de Bolaños.
Como criador, diretor, produtor e parte do elenco, ele recheou as produções de histórias interessantes e curiosas, que divertiram pessoas ao longo de anos. Com nomes icônicos, narrativas memoráveis e frases lendárias, as duas séries se tornaram o que são hoje.
Ainda assim, existem muitas dúvidas sobre os bastidores dos seriados, que continuam chamando atenção por ainda serem de desconhecimento público apesar da grande projeção das obras no continente.
Algumas questões inusitadas continuam sendo reveladas até os dias de hoje, embora Bolaños tenha falecido em 2014, aos 85 anos.
Quem ficou responsável por falar mais sobre os “segredos” dos personagens que davam vida às produções foi o filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández. Ele explicou muitos detalhes em entrevista recente ao canal do Youtube “El Canal de Javier Alarcón”.
Roberto Gómez Fernández foi responsável por tirar uma dúvida muito pertinente dos fãs de ‘Chaves’: afinal, por que o protagonista não tinha uma família como os outros personagens?
Segundo o filho de Bolaños, a decisão aconteceu por uma questão prática. O fato de Chaves não ter uma família aconteceu porque a produção do seriado não tinha atores o suficiente para apresentar uma família completa.
“Não tínhamos atores”, revelou. “Precisaria de um elenco gigante para ter famílias completas, não havia espaço. Esse também é o motivo pelo qual Dona Florinda não tem marido”.
Na entrevista, ele explicou ainda um detalhe que pode ter passado batido para quem assistiu a produção: o professor Girafales era casado. Isso pode ser comprovado pela aliança que o personagem usava na mão esquerda.
Interpretado pelo ator Ruben Aguirre, a figura mantinha um romance com Dona Florinda, vivida por Florinda Meza Bolaños na trama. Apesar do compromisso, ele sempre entrava na casa da mulher com um buquê de flores para tomar uma xícara de café com ela.
"Professor Girafales usava aliança. Em vários capítulos dá para ver a aliança em sua mão. Então, a verdadeira história do Professor Girafales é que ele é realmente casado", contou Fernández.
Em relação à outra produção famosa de Bolaños, o filho do criador da série foi questionado sobre a roupa de Chapolin Colorado e a suposta conotação comunista da cor escolhida para representá-lo.
Ao longo dos anos, muitas pessoas associaram o vermelho à ideologia e passaram a criar teorias de que o personagem tinha inclinações comunistas somente pela cor de seu uniforme.
Como explicou Fernández durante a entrevista, a ideia original era de que a roupa do herói latino-americano fosse verde, mas isso não foi possível por um empecilho técnico e bastante simples.
“Há muitas interpretações. Uma delas é que [dizem que] o vermelho de Chapolin é uma inclinação comunista”, começou a explicar. “Mas, por exemplo, roupas verde e azul não funcionavam por causa do ‘chroma key’”.
“Branco e preto também eram impraticáveis e ruins para controle de imagem. Daí, sobrou o vermelho”, concluiu Fernández.