A heroína sérvia lutou, ainda, nas Guerras dos Bálcãs e foi presa por nazistas durante a Segunda Guerra
Ao longo dos séculos, a participação feminina em guerras foi esquecida e até mesmo apagada por homens, este foi o caso de Milunka Savić, a combatente mulher mais condecorada na história da guerra. A heroína sérvia lutou nas Guerras dos Bálcãs e na Primeira Guerra Mundial. No entanto, sua trajetória foi ignorada e ela morreu no anonimato.
A fama na guerra
Milunka Savić nasceu perto de Novi Pazar, em uma pequena vila, no final do século 19. A jovem ingressou no exército, quando seu irmão foi chamado para servir na Primeira Guerra dos Balcãs em 1912. Na ocasião, a mulher decidiu cortar o seu cabelo para participar do conflito no lugar do rapaz.
Antes da sua identidade verdadeira ser descoberta, Milunka participaou de nove missões e devido ao sucesso extraordinário no campo de batalha, foi amplamente condecorada com várias medalhas. Para evitar que descobrissem seu segredo, a jovem encobriu seus ferimentos. No entanto, após ser atingida por estilhaços no peito, souberam que ela na verdade era mulher.
Entretanto, seu comandante não aceitou que a combatente fosse dispensada. Devido ao seu comprometimento e competência, Milunka permaneceu no exército. Após ser transferida para a enfermaria, a guerreira se manteve firme e acabou voltando para o front.
Considerada um dos melhores soldados sérvios de sua geração, ela capturou sozinha 23 soldados búlgaros. Posteriormente, foi convocada para lutar na Primeira Guerra Mundial, que lhe rendeu inúmeros prêmios e medalhas.
Na época, Milunka foi reconhecida por diversos países, consagrando-se como a mulher mais condecorada da história da guerra. A França, por exemplo, concedeu-lhe a Croix de Guerre e a Legion d'Honneur, enquanto a Rússia lhe presenteou com a Cruz de São Jorge. Já a Grã-Bretanha lhe deu a Medalha da Mais Distinta Ordem de São Miguel.
O apagamento histórico
Embora o governo francês tenha oferecido uma aposentadoria confortável, a heroína internacional decidiu permanecer na Sérvia e mudou-se para o subúrbio de Belgrado. Já durante a Segunda Guerra Mundial, Milunka recusou-se a participar de um banquete organizado por Milan Nedić, durante a ocupação nazista no país.
O evento contava com a presença de generais e oficiais alemães, mas a combatente não quis fazer parte, sendo enviada para o campo de concentração de Banjica, onde permaneceu presa durante 10 meses.
Após sobreviver e resistir as condições selvagens do Holocausto, a mulher retornou para o subúrbio de Belgrado e em 1945 passou a receber uma pensão do Estado. Posteriormente, ela continuou fazendo a diferença na vida das pessoas e adotou três crianças de rua.
Infelizmente, veio a falecer em 1972 em decorrência de um derrame. Seu corpo foi enterrado no Novo Cemitério de Belgrado e, na época, a imprensa internacional chegou a noticiar sua difícil situação financeira e habitacional. Já em 2020, o governo sérvio inaugurou um complexo memorial com uma exposição permanente sobre a mulher que impactou a história da humanidade.
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