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Matérias / Hollywood

Do auge a assassinato brutal: Ramon Novarro, o outro ícone latino de Hollywood

A carreira meteórica foi o suficiente para que vivesse bem durante a vida, no entanto, o astro se deparou com um violento fim

Redação Publicado em 10/05/2020, às 09h00

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O astro Ramon Novarro - Divulgação/Site Oficial Ramon Novarro
O astro Ramon Novarro - Divulgação/Site Oficial Ramon Novarro

Nascido no México, José Ramón Gil Samaniego ficou conhecido como Ramon Novarro ao se tornar um ator famoso e conhecido. Seus pais se mudaram para Los Angeles enquanto ele ainda era criança, visando fugir da violência que acontecia em seu país natal após a Revolução Mexicana, no ano de 1910.

Com 18 anos, ele iniciou sua carreira artística fazendo pequenas pontas em filmes mudos, complementando a renda que obtinha com as participações sendo um garçom-cantor — basicamente o que o nome indica, ele fazia apresentações musicais enquanto servia clientes em restaurantes ou festas.

Seu padrinho no mundo artístico era também amigo e diretor. Rex Ingram e sua esposa, Alice Terry, que também era atriz, perceberam em Ramon uma chance de criar um rival para a sensação Rudolph Valentino, ator ítalo-americano que era um sex symbol da época. Como estratégia publicitária, o casal sugeriu que o jovem mexicano adotasse o sobrenome Novarro.

Em 1923, com o filme Scaramouche, Ramon teve a sua primeira produção de sucesso. Dois anos depois, o filme que iria lançar sua carreira para o estrelato foi lançado, Ben-Hur (1925) aproveitava seu talento como protagonista e principalmente o porte físico atraente, realçado pelas roupas que usava. Era o suficiente para enlouquecer uma legião de fãs.

Cena de Ben-Hur (1925) / Crédito: Divulgação

A morte de seu então concorrente, Rudolph Valentino, em 1926, tornou o jovem mexicano o maior nome para personagens latinos. Seus papéis mais famosos eram os chamados swashbuckler, um herói de capa e espada, basicamente — sempre repletos de ideais, sagazes e habilidosos em suas lutas.

Cinema falado

Seu primeiro papel no cinema falado foi como um soldado francês que cantava, no filme O Bem Amado, de 1929, e protagonizou uma série de outros filmes de sucesso sempre fazendo par romântico com grandes atrizes de seu tempo, como Dorothy Janis, Greta Garbo, Myrna Loy e Lupe Vélez.

Novarro e Joan Crawford / Crédito: Wikimedia Commons

No entanto, seu sucesso nos anos 20 e 30 começou a decair quando, em 1935, a MGM não quis renovar o contrato, o que obrigou Novarro a atuar esporadicamente em filmes menores de outras empresas, como a Republic Pictures.

Vida pessoal

A sua criação católica sempre foi um empecilho para uma parte de quem Novarro era. Em uma sociedade que crucificava homossexuais, ele lutava contra os próprios desejos. 

Seu primeiro caso se deu com o compositor Harry Partch, que teve fim quando sua carreira na atuação começou a decolar. Além de Partch, Novarro também se relacionou com o jornalista Herbert Howe.

Assassinato

Novarro utilizou o serviço de acompanhantes de luxo, dos quais ligava para uma agência e conseguia homens para satisfazer seus prazeres. No entanto, não sabia que o ato também representaria o seu fim. 

Ao conseguir o número do ator com outro homem que prestou serviços a Ramon, os irmãos Paul e Tom Ferguson ligaram para o astro oferecendo serviços sexuais. De imediato, ele aceitou, deixando que fossem para sua luxuosa casa em Hollywood.

Os dois rapazes, que tinham 22 e 17 anos respectivamente, acreditavam que o ator tinha uma grande quantia de dinheiro escondida em sua casa. Assim, passaram ao torturar para que o astro revelasse onde estava a fortuna. Foram horas de brutalidade enquanto Novarro afirmava que não guardava dinheiro na própria residência. 

O resultado da crueldade foi um total de 20 dólares que encontraram no bolso do roupão do homem, que morreu sufocado com o próprio sangue. Os criminosos foram presos pouco tempo depois em razão do crime cometido em outubro de 1968. Durante o julgamento, o advogado de defesa dos criminosos ainda tentou culpar Ramon por ter sido morto, já que "havia procurado os rapazes". 

E a justiça quase não foi feita. Os agressores conseguiram a soltura em meados da década de 70. Os dois acabaram sendo presos mais tarde por outros crimes, Tom se suicidou em 2005 e Paulo está atualmente preso após um estupro.