Você sabe a diferença entre estibordo e bombordo? Ou então vela da gata ou carangueja? Aprenda com ilustrações
Navios a vela estão entre os trabalhos de engenharia mais impressionantes criados antes da Revolução Industrial. Era preciso dezenas de homens para operar os quilômetros de cabos necessários para controlar tantas velas, cada uma com uma função específica, a ser usada numa situação específica. É por isso que o trabalho do timoneiro, o que controlava o leme, era muito menor diante do trabalho do capitão e do contramestre, que entendiam como funcionava cada uma dessas peças. Os marinheiros, que operavam toda a estrutura com a força de seus músculos, tinham a obrigação de decorar termos para elas. Aqui vai o básico.
Mastro real é só a primeira parte das colunas com as velas, a que atravessa o convés e é presa na quilha por uma parte chamada carlinga. Se o mastro é formado por uma peça só, é chamado mastro mocho. Se é segmentado em peças menores, essas são chamadas masteréus. O número mais comum eram dois ou três deles, mas podiam chegar a cinco. Chama-se “guinda” à altura dos mastros, e “palha” à sua largura.
São os cabos frontais que servem de sustentação aos mastros. Na parte traseira é o contraestai. As velas presas a ele ajudavam a fazer curvas ou manter o curso. Os cabos horizontais eram chamados brandais.
Velas latinas são triangulares, velas redondas, retangulares. As primeiras servem para manobras contra o vento. As outras têm mais potencial de propulsão.
Chamam-se vergas os suportes horizontais das velas; caranguejas, na diagonal; e paus, pequenas peças auxiliares, pouco usadas.
As velas podiam ser até cinco e ganhavam nomes conforme a posição horizontal e vertical.
O mastro posterior se chama da gata ou de mezena, dependendo se é de velas latinas ou redondas (veja ao lado). A vela final, seja qual for o formato, é a mezena.
A navegação começou quando se acreditava que a Terra era o centro do Universo. As coordenadas são baseadas na imaginária “esfera celeste”, as estrelas presas nas paredes de um globo do qual ocupamos o centro. Zênite é a posição nesse globo imediatamente acima do navio. Nadir, o oposto, do outro lado do planeta. Rumo é para onde o navio se move – um ângulo em relação ao globo celeste, não uma coordenada real.
Boca é a largura do navio. Calado, a distância da linha da água para o ponto mais profundo. Calado aéreo, da linha da água ao ponto mais alto. Comprimento pode se medir pelas partes submersas (fora a fora) ou geral (entre perpendiculares). Em navios não há peso, mas deslocamento: o peso da água deslocada pelo casco.