A reconstrução da cabeça do homem que viver há 700 anos chocou cientistas pela violência em sua execução
Publicado em 15/01/2023, às 20h00 - Atualizado em 06/04/2023, às 10h27
Em 2006, uma descoberta curiosa mobilizou uma análise conjunta de arqueólogos e outros cientistas para analisar os restos mortais de um corpo masculino, localizado em uma tumba enterrada sob a igreja de San Biagio, em Sittiglio, no norte da Itália.
Ao recolhê-lo, parcialmente partido em diversos pedaços, os pesquisadores das universidades de Insubria e de Siena, com o apoio da Fondazione Comunitaria del Varesotto e da Fondazione Cariplo, trataram de avaliar suas condições em exames laboratoriais.
A primeira apontou, através da datação por carbono, que ele tinha ao menos 700 anos, portanto, teria vivido durante a Idade Média. Contudo, ao tentar reconstruí-lo, uma surpresa ainda maior foi identificada; a causa de sua morte foi relacionada a um episódio bruto de assassinato.
A conclusão, recém-publicada em artigo no periódico científico Journal of Archaeological Sciences: Reports, foi obtida após a tentativa de reproduzir uma reconstituição facial do homem, mostrando que a forma como o crânio se partiu decorreu de fortes lesões causadas contra a cabeça.
Além disso, ainda na parte superior de seu corpo, como pescoço e ombros, havia uma série de outros sinais de golpes, atribuídos pelos pesquisadores como espadadas, demonstrando um exagero que visava não apenas machucá-lo a ponto de falecer, mas também desfigurar suas características.
A atribuição dos violentos golpes foi possível após diversas análises realizadas com tecnologia de ponta, usando raios-X tridimensionais para escanear as microestriações dos restos mortais, identificando inclusive pequenos sulcos deixados no osso em feridas, como informou a revista Planeta.
Notando a constância do formato dos golpes, foi possível apontar que uma mesma arma foi usada, mesmo que a tal arma ou fragmentos dela não tenha sido recuperada nas escavações. Quatro dos ferimentos identificados no escaneamento possui semelhança, sendo todos na cabeça da vítima.
A primeira autora do estudo, Chiara Tesi, integrante do Centro de Pesquisa em Osteoarqueologia e Paleopatologia da Universidade de Insubria, explicou em entrevista ao portal norte-americano McClatchy News que, apesar de compreender a intencionalidade do agressor, o grau de violência surpreendeu inclusive os pesquisadores.
É evidente que este tipo de agressão mortal, destinada a aniquilar completamente a vítima, deixa-nos incrédulos quanto à possibilidade de ser fruto de um motivo simples”, disse em entrevista ao veículo.
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