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Matérias / Brasil

Conheça o trabalho do SP Invisível com população em situação de rua: "Estão na rua por falta de oportunidades"

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, o fotógrafo e co-criador do projeto, André Soler, analisou as políticas públicas para assegurar os direitos de pessoas em situação de rua

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 15/05/2021, às 09h35

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Mulher em situação de rua - Divulgação / André Soler / SP Invisível
Mulher em situação de rua - Divulgação / André Soler / SP Invisível

Segundo o Censo da População em Situação de Rua 2019, divulgado em 2020, pela Prefeitura de São Paulo, cerca de 24.344 pessoas encontram-se em situação de rua apenas na cidade de São Paulo. 

O estudo feito pela Qualitest Ciência e Tecnologia LTDA identificou que 85% das pessoas abordadas são do sexo masculino, 46,6% possuem entre 31 e 49 anos e 47,6% se consideram da cor parda.

Embora existam algumas ações da Prefeitura de São Paulo para amparar a população em situação de rua, muitas delas ainda possuem lacunas. Portanto, existem projetos independentes, como os desenvolvidos pela ONG SP Invisível, que visam dar suporte para estas pessoas.

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, o fotógrafo e co-criador do projeto, André Soler, explicou como é feito o trabalho do SP Invisível e analisou, ainda, o atual cenário da população em situação de rua no Estado de São Paulo.

O projeto social

O SP Invisível é um projeto social que busca conectar a sociedade a histórias de pessoas que passam despercebidas no dia a dia. Criada há sete anos, a ONG começou como um projeto dentro da igreja na qual André Soler frequenta. 

Homem em situação de rua / Crédito: Divulgação / André Soler / SP Invisível

“O SP Invisível surgiu sete anos atrás, quando a gente decidiu juntar um grupo de adolescentes da nossa igreja e propomos para que eles tirassem fotos de tudo aquilo que era invisível na cidade de São Paulo. Depois de um tempo, eu e o Vinicius Lima (co-criador) percebemos que tinha uma singularidade, ou seja, fotos de idosos, prédios altos, mas tinham muitas fotos de pessoas em situação de rua. Nessas tantas fotos de pessoas em situação de rua, nós percebemos que os mais invisíveis ali eram eles. A partir disso, surge a ideia — quando as redes sociais não são o que são hoje — de começar a contar a história dessas pessoas que são invisíveis para a sociedade”, disse André Soler.

Com o passar do tempo, os organizadores perceberam que o projeto foi bem aceito e amplamente repercutido pelos internautas, o que os motivou a dar continuidade e expandir as ações sociais. 

"Às vezes a gente olha, mas não vê. Ouve, mas não escuta. Então vimos que esse trabalho tinha essa importância de mudar a visão das pessoas com relação aos sentidos delas. Não basta você ter os sentidos, você também precisa saber usar. E passado um ano, vimos que era importante também fazermos algumas ações sociais para conectar esse público a causa das pessoas em situação de rua”, disse o co-criador do projeto.

Ação social durante a pandemia / Crédito: Divulgação / André Soler / SP Invisível

De acordo com o idealizador do SP Invisível, a causa das pessoas em situação de rua ainda hoje é pouco falada. Segundo ele, tais ações aparecem em último nas prioridades da população como um todo, sendo também esse um dos obstáculos enfrentados pela ONG.

Histórias marcantes

Ao longo dos anos, algumas histórias marcaram profundamente André Soler, como é o caso de Danilo, Sulian e Osias Monteiro — todos em situação de rua.

Confira abaixo os relatos na íntegra:

A pandemia que ninguém vê 

Em 2020, o mundo foi assolado pela pandemia do novo coronavírus, responsável por mudar a vida de muitas pessoas ao redor do mundo. Pensando nisso, o SP Invisível lançou a obra “A pandemia que ninguém vê”, em que conta a história de pessoas consideradas invisíveis perante a sociedade, a fim de mostrar realidades diversas que foram afetadas diretamente pela pandemia. 

“Essas pessoas também estavam invisíveis ali, porque ninguém estava vendo o trabalho delas e elas eram muito importantes para que continuássemos em estado de comodidade. Graças aos entregadores pudemos ficar em casa. Graças aos médicos. Graças aos coveiros”, comentou André Soler.

Dentre os relatos presentes no livro, o que mais chamou a atenção do fotógrafo, foi a história de Reginaldo de Oliveira, coveiro de um cemitério localizado no Estado de São Paulo.

Confira abaixo o relato na íntegra: 

Segundo o co-criador do projeto, o SP Invisível exerceu um papel fundamental durante o início da pandemia de informar a população em situação de rua sobre o que estava acontecendo ao redor do mundo. 

“O nosso primeiro papel foi informativo. Saímos para as ruas para informar e conscientizar, porque as pessoas em situação de rua olhavam e não entendiam o que estava acontecendo. Eles perguntavam: ‘Como que pega isso?’. ‘Por quê está todo mundo de máscara?'”, afirmou André Soler.

A partir disso, conforme explicou o idealizador do projeto, a ONG passou a distribuir kits nas ruas, com itens fundamentais para o combate e prevenção do novo coronavírus, como álcool em gel e máscaras. 

Políticas públicas 

Outro fator levantado pelo fotógrafo foi o aumento da população em situação de rua, devido à pandemia. Para ele, é fundamental que haja políticas públicas eficazes para assegurar os direitos da população brasileira. 

Ação social na campanha de inverno / Crédito: Divulgação / André Soler / SP Invisível

“O Estado deve olhar para as pessoas em situação de rua trazendo soluções diversas. Eu acho que não tem só uma solução para esse problema. Temos que ter opções para que essas pessoas façam o que elas se identificam mais. São seres humanos diferentes, precisamos criar oportunidades diferentes para que essas pessoas possam sair da rua. Elas estão na rua por falta de oportunidades”, analisou o co-criador.

Para ele, é fundamental compreender a particularidade de todas as pessoas nessas situações. Identificar os melhores meios para cada uma delas, de maneira humanitária e empática, a fim de dar oportunidades.  

“O SP Invisível faz tudo o que ele pode fazer. Eu acho que o que a gente faz com essas histórias é tomar atitude, criar projetos e maneiras para que essas pessoas possam ser ajudadas. Atitudes que podem beneficiar essas pessoas”, concluiu André Soler.


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+Assista aos vídeos sobre os projetos do SP Invisível:


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